Um Blog Católico para filhos de Nossa Senhora que não tem medo. Para aqueles que ainda restaram e que são heróis da Fé. Os que têm a coragem de acreditar quando muitos já perderam a Fé. Os que não temem dizer a verdade entre os mentirosos. Os que não vão na onda do mundo moderno e são como rochas inabaláveis em sua Fé. Os que não temem a morte e sabem que há valores pelos quais se deve viver ou morrer. Venham os que são Bravos e Destemidos, Intrépidos Defensores da Fé Católica.

“RESIDUUM REVERTETUR!” – “UM RESTO VOLTARÁ!”

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Prússia - uma saudade

Sei que a explicação para muitos é desnecessária, mas para quem ainda não sabe ou não lembra, esta é uma marcha militar, composta na Prússia em 1889, chama-se "Alte Kameraden" cuja tradução significa "Velhos Camaradas".

É tradicionalmente utilizada nas bandas das universidades americanas e européias e também nas Academias Militares e Forças Armadas de todo o mundo.

É uma pérola de execução, de fazer arrepiar.

No final do vídeo, o maestro André Rieu explica - em alemão - que convocou os músicos de sopro da cidade para participarem da peça, imaginando que apareceriam uns 50, no entanto se apresentaram 400.

Vale a pena relaxar e aumentar o volume.

http://www.youtube.com/watch_popup?v=gpIIqUt6L6U&vq=medium

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Catecismo Anticomunista


Catecismo Anticomunista

Dom Geraldo de Proença Sigaud

I. O QUE É O COMUNISMO E O QUE ELE ENSINA

1 Que é o comunismo?
O comunismo e uma seita internacional, que segue a doutrina de Karl Marx, e trabalha para destruir a sociedade humana baseada na, lei de Deus e no Evangelho, bem como para instau­rar o reino de Satanás neste mundo, implantando um Estado ímpio e revolucionário, e organizando a vida dos homens de sorte que se esqueçam de Deus e da eternidade.

2 Qual é a doutrina que a seita comunista ensina?
A seita comunista ensina a doutrina do mais completo materialismo.

3 Que ensina o materialismo comunista a, respeito de Deus?
O materialismo comunista ensina que Deus não existe, e que só existe a matéria.

4 Contenta-se a seita comunista em ensi­nar que não há Deus e que só existe a matéria?
A seita comunista dá grande importância a um materialismo pratico, em que o homem cogita se Deus existe ou não, mas procede, pensa e organiza sua vida sem se incomodar com Deus nem se lembrar dEle. Assim; aos poucos chega também ao materialismo teórico.
O comunista verdadeiro é materialista teórico e prático, para poder levar seus prosélitos ao caminho aludido.

5 Que pensa a seita comunista a respeito da alma?
Para a seita comunista o homem é só matéria, e a alma não existe.

6 Que pensa a seita comunista a respeito da eternidade?
Para a seita comunista o homem desaparece totalmente após a morte. Não há Céu nem inferno, não há felicidade nem castigo depois desta vida.

7 Que pensa a seita comunista a respeito da natureza humana?
Para a seita comunista o homem é um simples animal; embora mais evoluído do que o boi e o macaco, não passa de animal.

8 Qual e a primeira conseqüência prática desta doutrina?
A primeira conseqüência prática deste materialismo é que o homem deve procurar sua felicidade somente nesta terra, e no gozo dos prazeres que a vida terrena oferece.

9 O homem, segundo pendi de Deus e da sua lei?
Não. Uma vez que só há mataria, o homem não depende de Deus, que não existe; ele é supremo senhor de si mesmo.

II. ATITUDES DO COMUNISMO PERANTE A RELIGIÃO

10 A seita comunista dá importância à Religião?
Embora negue a existência de Deus, e afirme que a Religião é coisa quimérica, o comu­nismo dá grande importância ao fato de que existe Religião no mundo, porque vê nela o seu maior inimigo. Lenine a chama de “ópio do povo”.

11 Por que a Religião é inimiga do comunismo?
A verdadeira Religião, que é a Religião Católica, é inimiga mortal do comunismo, porque ensina exatamente o contrario do que ele ensina, e inspira os fieis a preferirem a morte às doutrinas e ao regime comunista.

12 Que faz o comunismo com a Religião?
Com a Religião Católica a luta do comu­nismo é de morte: só poderia cessar se chegasse a destruir em todo o mundo a Igreja verdadeira (o que e impossível). Quanto às outras religiões, a seita usa de duas táticas: quando sente que uma delas é um empecilho para a sua vitoria, ataca-a; mas se vem a perceber que se pode servir de alguma religião para se propagar, ou mesmo pala matá-la, então a tolera e até favorece na aparência, para a destruir mais radicalmente.

13 Para conquistar o poder, que faz a seita comunista com referência à Igreja Católica?
Para conquistar o poder, a seita comu­nista procede da seguinte maneira com relação à Igreja Católica:
a) Procura persuadir os católicos de que não há oposição entre os objetivos da seita e a doutrina da Igreja. Procura até apresentar as idéias comunistas como a realização da doutrina do Evangelho.
b) Procura criar urna corrente intitulada de “católicos progressistas”, “católicos socialistas” ou “católicos comunistas”, para desorientar e desunir os católicos.
c) Procura atirar as organizações católicas contra os outros adversários naturais do comunismo, como os proprietários, os militares, as autoridades constituídas, para dividir e destruir os que se opõem a conquista do poder pelo Partido Comunista.
d) Favorece as modas e costumes imorais para minar a família e portanto a civilização cristã da qual a família é viga mestra.
e) Mantém nas nações cristãs a sociedade em constante agitação, fomentando antagonismo entre as classes, as regiões do mesmo pais, etc.

14 Depois de conquistado o poder, que faz a seita • comunista com a Igreja Católica?
Sua tática com a Igreja Católica, depois de conquistado o poder, varia de acordo com as circunstâncias. Mas os passos da luta em geral são os seguintes:
a) envolver os católicos nos movimentos promovidos pelo Partido Comunista;
b) afastar os Bispos, Sacerdotes e Religiosos que resistem; se preciso, matá-los;
c) liquidar os líderes católicos;
d) separar a Igreja do país, da obediência ao Santo Padre.

15 Pode um católico colaborar com os movimentos comunistas?
A coisa que os comunistas mais desejam é que os católicos colaborem com eles. Quem começar a colaborar, terminará comunista. “Cola­borou? Morreu!”

16 Se o comunismo ensinasse que Deus existe, e tolerasse a Religião, os católicos poderiam ser comunistas?
No dia em que o comunismo admitisse que Deus existe, e que ele é Senhor nosso, já não seria propriamente comunismo.

III. PONTOS BÁSICOS DA DIVERGENCIA ENTRE COMUNISMO E CATOLICISMO

17 Então a divergência entre a seita comunista e o Catolicismo se verifica só no campo religioso?
Não. Além do campo religioso, há mui­tos outros campos em que as divergências entre a seita comunista e o Catolicismo são irredutíveis.

18 Em que outros pontos fundamentais existe esta divergência radical?
Esta divergência existe em todos os pon­tos. Mas ela é mais fundamental em relação à verdade e a moral, a família, a propriedade e a desigualdade social.

19 Que ensina o comunismo a respeito da verdade?
Ensina a Igreja que Deus criou o mundo e criou a alma humana, que é inteligente. A alma conhece a verdade das coisas. Ela afirma que urna coisa é idêntica a si mesma, dizendo o que é, é; o que não é, não é.
O comunismo ensina que não há verdade. Uma coisa pode ser e não ser, ao mesmo tempo. Uma coisa é ela e o contrário dela.

20 Então o comunismo não admite a verdade?
Não. Para o comunista não interessa que uma afirmação corresponda à realidade ou não.
Para ele, “verdade” é o que ajuda a fazer a Revolução. A mesma afirmação pode ser hoje e amanhã, sucessivamente, “verdade” e “mentira”, de acordo com a conveniência do Partido. As­sim, houve tempo em que Stalin era um herói para a seita comunista. Hoje é um bandido declarado.
Não há verdade objetiva.

21 Que outra grande divergência existe entre o comunismo e o Catolicismo?
O Catolicismo ensina que Deus é absolu­tamente santo. E por isto, as ações humanas que estão de acordo com Deus são boas; e as que vão contra a ordem que Ele estabeleceu são más.
O comunismo, – que é materialista, ensina que não existe moral. Quando uma ação e útil ao Partido, é boa; quando prejudica o Partido, e má.

22 Dê um exemplo.
Para o católico as boas relações dos fi­lhos com os pais constituem um bem.
Para o comunista, essas boas relações podem ser um bem, e podem ser um mal. Se os pais se opõem à Revolução, o filho deve odiá-los, denun­ciá-los, e, se for preciso, depor nos processos contra eles e até matá-los. Se os pais trabalham para a Revolução, o filho deve mostrar-lhes amor e colaborar com eles.

23 Poderia dar outro exemplo?
Outro exemplo seria o seguinte. Se o Brasil entrar em guerra contra a Rússia, o comu­nismo ensina que os brasileiros deverão trair sua Pátria, trabalhar para que os nossos soldados sejam derrotados e o Brasil dominado pelos soviéticos.
Mas, se por desgraça o Brasil passar a aliado da Rússia, os brasileiros deverão mudar de orien­tação e lutar pela vitória do Brasil.
Em resumo: é bom o que ajuda a Revolução, é mau o que a combate ou prejudica.

24 o comunismo ensina a respeitar as famílias?
Como o homem é um animal, a família vale tanto como um casal de bichos. Por isto o comunismo ensina a dissolver as famílias, a violentar as mulheres dos povos que não são comunistas, e a respeitar as “famílias” dos que o são.

25 Que aconteceria às nossas famílias católicas se o comunismo dominasse o Brasil?
Os pais que resistissem à profanação do seu lar poderiam ser mortos; as filhas e esposas ficariam expostas à violação; as famílias perderiam suas propriedades e seriam arruinadas e destruídas.

26 O comunismo acha que o Direito é sagrado?
Como não admite a existência de Deus nem da alma, o comunismo não reconhece a digni­dade do homem e nega que o Direito exista. Somente reconhece a força.

27 Pode dar um exemplo?
Se eu der um osso a um cão, este não adquire um direito ao osso. Posso lhe tirar o osso sem ferir nenhum direito. A razão é a seguinte: não tendo alma, o cão não é uma pessoa. Não sendo pessoa, não tem direito. Uma vez que para o comunismo o homem não é pessoa, e sim ani­mal, ele não tem direito. O Estado lhe dá o que quiser, e quando quiser lhe tira. O homem é menos que um escravo; é uma rês.

28 Qual é a definição do homem?
Para o católico: o homem é um animal racional, dotado de personalidade e de direitos.
Para o comunista: o homem é um animal trabalhador.

IV. A ESSÊNCIA DO HOMEM É SER TRABALHADOR

29 Qual é o papel do trabalho na vida?

Para o católico; o trabalho é meio de conseguir certos recursos que possibilitam ao ho­mem gozar dos bens que Deus criou para ele. O trabalho existe para o homem.
Segundo o comunismo, o homem existe para o trabalho. O trabalho é o fim da vida.

30 Se o homem é um animal trabalhador, deve ele trabalhar sempre?
Para a seita comunista quem não trabalha não é homem. Quanto mais o homem trabalha; mais homem é. Assim, ele pode mudar a sua própria natureza, vivendo somente para o trabalho.

31 Então o homem não tem uma natu­reza estável, que Deus lhe deu?
Segundo a doutrina católica, tem. Deus constituiu a natureza humana imutável. Para o comunista, uma lei universal levou a matéria até a forma humana. Esta forma está em evolução. É o homem que dá a si mesmo a sua natureza, mediante o trabalho. O homem é o criador de si próprio.

32 Quem deve, então, ser adorado?
Para o católico, Deus deve ser adorado, porque é o Criador do céu e da terra.
O comunista recusa adoração a Deus. Em vez de adorar ao Criador, ele adora o Estado co­munista e totalitário.

V. A REVOLUÇÃO E A CRISTANDADE

33 Qual é para o comunismo o critério supremo da verdade, da moral e do direito?
O critério supremo da verdade, da moral e do direito é para o comunismo a ação revolucionária.
Assim como para o católico o fim supremo é a vida eterna, para o comunista o fim supremo da vida é a Revolução.

34 Que e a Revolução?
Revolução, com maiúscula, é a rejeição de Deus, de Cristo, da Igreja, e de tudo o que deles provém, é a organização da vida humana somente segundo a razão humana e as paixões humanas. Seu ideal é a Cidade do homem sem Deus, oposta à Cristandade e à ordem natural, que é a Cidade de Deus.

35 Que é a Cristandade?
Cristandade é a sociedade temporal organizada segundo Deus, isto é, de acordo com o direito natural e a palavra de Deus, revelada por Jesus Cristo, transmitida, interpretada e aplicada à vida pela Igreja Católica.

36 Quais são os fundamentos da Cristandade?
Os fundamentos da Cristandade são dois: o direito natural e a Revelação, trazida por Jesus Cristo e transmitida pela Igreja Católica.

VI. VIRTUDES QUE FUNDAMENTAM A CRISTANDADE E PAIXÕES QUE MOVEM A REVOLUÇÃO

37 Sobre que virtudes se baseia a Cris­tandade?
A Cristandade se baseia principalmente sobre as seguintes virtudes: a fé, a castidade e a humildade.

38 Que paixões desordenadas são a mola da Revolução?
O orgulho, que rejeita a fé; a sensualidade que rejeita a castidade; a soberba, que rejeita a humildade, são as molas principais da Revolução.

39 Quais são as conseqüências destas paixões?
Do orgulho, que rejeita a fé, nasce a negação da vida eterna como fim da existência terrena, bem como a negação de Deus, e de Cristo como Senhor do homem.
Da sensualidade, que rejeita a castidade, nas­ce o desejo de gozar esta vida de todas as formas, e em conseqüência ela conduz ao desprezo e a dissolução da família.
E da soberba, que rejeita a humildade, nasce a revolta contra a autoridade divina e humana, e contra todas as limitações que o homem pode sofrer. De modo especial ela conduz ao igualitarismo, isto é, ao ideal comunista de uma sociedade sem classes.

40 Que se entende ai por classe social?
Classe social e um conjunto de pessoas — e suas respectivas famílias — cujas funções na sociedade são diversas, porém iguais em dignidade. Exemplo: advogados, médicos, engenheiros, fazen­deiros, oficiais das Forças Armadas, apesar da diversidade de suas funções, constituem com suas famílias uma mesma classe social. — Todas as classes sociais são dignas, mas não iguais em dignidade. Por exemplo: o trabalho manual é digno e foi até exercido pelo Verbo Encarnado; todavia, a dignidade do trabalho intelectual é intrinsecamente maior: o espírito é mais do que a matéria.

41 A que titulo a família faz parte da classe social?
De acordo com a lei natural e a doutrina da Igreja, a família participa de algum modo, não só do patrimônio, como da dignidade, honra e consideração de seu chefe, com o qual forma um só todo e a cuja classe social pertence. Sendo inerente à família a transmissão aos filhos, não só do patrimônio dos pais, como também, de certo modo, da honra e consideração que se prende ao nome paterno, a presença da família na classe so­cial dá a esta um certo caráter de continuidade hereditária.

42 Então uma pessoa não pode passar pare uma classe a que não pertence a sua família?
Pode. Não se deve confundir classe so­cial com casta. No regime pagão das castas existe entre estas uma barreira intransponível. Cada pes­soa pertence necessariamente, por toda a vida, à casta em que nasceu. Isto, quaisquer que sejam suas ações, boas ou más. Na civilização cristã, não há castas impermeáveis, mas classes sociais permeáveis. Ou seja, a pessoa pertence à classe em que nasceu, mas pode elevar-se a outra se tiver um mérito saliente. Bem como pode decair, em razão de seu mau procedimento. Assim, o princípio da hereditariedade se harmoniza com o postulado da justiça.
O comunismo, ao invés, quer uma sociedade sem classes, em que todos sejam iguais, no que contraria o princípio natural da hereditariedade e as exigências da justiça.

VII. O PROLETÁRIO É O ÚNICO HOMEM IDEAL, SEGUNDO O COMUNISMO

43 Se não há Direito, como pode, segun­do os comunistas, existir a sociedade?
A sociedade, segundo os comunistas, exis­tirá sem Direito: existirá pela força.

44 Em mãos de quem ficará a força na sociedade?
Aqueles que representam o homem mais perfeito hão de ter em suas mãos a força na sociedade.

45 Quem representa o homem mais per­feito, de acordo com o comunismo?
Segundo o comunismo, os proletários não tem nenhuma raiz que os prenda ao passado ou a sociedade presente, e portanto são os homens mais livres de limitações; são eles que, unidos, constituem a maior força revolucionaria. Para a seita comunista o proletário é, pois, o homem mais perfeito. De fato, em sua mentalidade não existem os “entraves” e as “degenerescências” que ligam as outras classes à ordem social vigente.
Por isso mesmo, a seita o considera como o instru­mento ideal da Revolução.

46 Que devem fazer os proletários, de acordo com o comunismo?
De acordo com o comunismo, os proletários devem mover guerra às outras classes, e im­plantar a ditadura do proletariado, que pela violência extermine a Igreja, o Clero, os nobres, os ricos, os proprietários, os que se realçam pela inteligência, todos os homens independentes, e assim destrua tudo o que se opõe á Revolução.

VIII. A LUTA DE CLASSES

47 Como se chama esta oposição entre os proletários e os demais cidadãos?
Esta oposição se chama luta de classes.

48 Esta luta durará muito?
Para os comunistas, esta luta não termi­nará senão quando no mundo inteiro só houver a classe dos proletários, isto é, dos trabalhadores que não têm nada de próprio.

IX. A PROPRIEDADE, A VIDA HUMANA E A ESCRAVIDÃO DO OPERARIADO

49 O indivíduo, no regime comunista, não pode possuir nada?
No regime comunista o indivíduo não é dono de nada. Tudo é do Estado.

50 O comunismo não admite por vezes o direito de propriedade?
Quando está no poder, o comunismo às vezes concede o uso de algum imóvel a um ou outro trabalhador. Mas não reconhece o direito de propriedade, pois pode tomar tudo a todos, quando quiser. O homem, no regime comunista, não tem sequer direito ao fruto do seu trabalho.

51 No regime comunista ninguém é, en­tão, dono de nada?
No regime comunista ninguém é dono de nada: nem do dinheiro, nem da fábrica, nem do campo, nem da casa, nem da profissão, nem de si mesmo. Tudo é do Estado, tudo depende do Estado.

52 Então o regime comunista é de escravidão?
O regime comunista estabelece a mais completa escravidão, pois não reconhece ao ho­mem nenhum direito.

53 O comunismo respeita a vida humana?
Não. Uma vez que o homem não passa de animal, o comunismo trata a vida humana como nós tratamos a dos bois. Se fôr preciso, mata-se. Assim, para dominar a Rússia foi preciso assassi­nar cerca de 20 milhões de russos, ou fuzilando-os, ou deixando-os morrer de fome. Nos campos de concentração da União Soviética, ao tempo de Stalin, calcula-se que havia 16 milhões de homens e mulheres de todas as categorias, padres, intelectuais, operários, que trabalhavam como escravos e acabaram morrendo de miséria. Para conquistar o poder, os comunistas chineses assassi­naram vários milhões de pessoas. Para dominar os católicos da Espanha, as milícias bolchevistas mataram onze Bispos e 16.852 Sacerdotes e Religiosos, bem como muitos milhares de pais de família.

54 No regime comunista, o operário pode se queixar, fazer greve, trocar de serviço?
Não. O Partido marca onde o operário deve trabalhar. Neste trabalho ele deve produ­zir o máximo. Não pode reclamar, e nem é bom pensar em greve, porque quem pensar vai para o degredo na Sibéria, para um campo de concentra­ção ou para a forca. No regime comunista o operário não tem direito algum.

55 Os comunistas mantêm sempre os operários na miséria?
Até hoje a situação material dos operários em todos os países comunistas é em geral miserável. Todavia, a Rússia promete que no ano 2000 os trabalhadores russos terão a mesma situa­ção que têm atualmente os seus colegas ocidentais. O comunismo não se interessa pelo bem-estar dos operários senão enquanto ele é útil para a Revolução, por isso, se os operários, obtido o bem-estar, começam a desobedecer, volta de novo a miséria. O comunismo trata os trabalhadores como reses, ou como escravos. O senhor de es­cravos dava-lhes comida porque lhe interessava que eles fossem fortes e sadios, para poderem trabalhar. Mas, se em dado momento parecer ne­cessário às autoridades comunistas reduzir gravemente o padrão de vida da classe trabalhadora, em favor do desenvolvimento das industrias do Estado ou do seu poderio militar, fá-lo-ão sem hesitação, pois para elas o operário é escravo e o escravo não tem direito.

56 Nos países não comunistas, o comu­nismo quer melhorar a situação dos operários?
Não. Nos países não comunistas o comunismo quer que os operários fiquem tão miseráveis, que cheguem ao desespero, e assim provoquem greves e desordens, as quais os comunistas apro­veitarão para derrubar o governo legítimo e im­plantar a sua ditadura.

57 Nos países dominados pelos comunis­tas não há diferenças de riqueza e de classe social?
O comunismo promete abolir as diferenças de riqueza e de classe. Mas isto é contra a natu­reza humana. Destruindo a moral e o direito, o comunismo favorece um grupo de dirigentes e de membros do Partido, que dispõem de grandes ri­quezas e vivem com fartura e luxo em casas sun­tuosas, enquanto o operário em geral passa privações, e obrigado a trabalhar onde o Partido manda, tem para morar somente um quarto, onde se amon­toam os pais, os filhos e todos os membros da família, sem cozinha, nem banheiro próprios. A diferença entre os que mandam e os outros é mui­to maior que entre os capitalistas e os operários.

X. O PAPEL DE SATANÁS

58 Quem inventou este regime?
Quem inventou este regime foi Satanás, que sabe que o melhor meio de levar os homens à perdição eterna e fazê-los rebelarem-se contra a ordem constituída por Deus.

59 Como que Satanás consegue adeptos para este regime?
Prometendo aos homens o paraíso na terra se eles renunciarem a Deus e ao Céu, Satanás con­segue enganá-los como o fez a nossos primeiros pais, e o resultado é o inferno na terra e na eter­nidade.

XI. A VIOLÊNCIA E A LIBERDADE

60 Como se implanta o regime comunista?
O regime comunista é implantado, em ge­ral, pela violência. Os comunistas procuram che­gar ao poder de qualquer modo: por eleições, por pressão de tropas estrangeiras, por golpes arma­dos. Uma vez no poder, destroem toda oposição, e implantam a ditadura, em nome do proletariado.

61 Então são os operários que passam a mandar?
Não. Os operários não mandam. Eles passam a situação de escravos, trabalham onde o governo os manda trabalhar, não podem se afastar dali; recebem o salário que o governo quer e, se reclamam, podem até ser fuzilados.

62 O comunismo admite direito, à greve?
Nos países que quer dominar, o comunis­mo exige que a lei estabeleça o direito de greve; e organiza paredes para desmantelar a economia nacional. Mas, uma vez dominado o país, não to­lera a greve em nenhuma hipótese, e sujeita o operário à mais tirânica escravidão

63 É somente pela violência que o comunismo é implantado?
Em geral o comunismo é implantado pela violência; mas ele é preparado por muitas atitudes dos cristãos.

XII. O MATERIALISMO DO OCIDENTE PREPARA O CAMINHO DO COMUNISMO

64 Que atitudes dos cristãos preparam a vitória do comunismo?
Como o comunismo nasce do materialismo, da sensualidade e do orgulho, o materialismo prático dos cristãos que vivem como se não houvesse a eternidade cria o caldo de cultura em que o bacilo comunista prolifera.

65 Dê alguns exemplos destes materialistas práticos.
Posso dar os seguintes exemplos: quem só se preocupa com ganhar dinheiro; quem pro­cura gozar dos prazeres da vida, embora lícitos, sem se interessar pela prática da oração e da peni­tência; quem se entrega ao jogo; quem freqüenta lugares suspeitos; quem se veste com sensualidade, sem modéstia; quem dança as danças modernas; quem lê revistas obscenas ou sensuais; os freqüen­tadores do cinema e da televisão imorais; quem se desinteressa pela graça santificante, pecando como se não houvesse pecado.

XIII. A IGREJA E OS OPERARIOS

66 Que tem feito a Igreja pelos pobres e operários?
A Igreja, ao longo da Historia, aboliu a escravatura, defendeu os fracos e pobres, ensinou os ricos e poderosos a amparar os humildes, difun­diu a justiça e a caridade. Organizou os trabalha­dores em grandes sociedades chamadas corporações, que cuidavam de sua formação técnica, de sua prosperidade material, do bem espiritual deles e de sua família, lhes davam assistência na doença e cuidavam dos seus filhos em caso de morte. Estas associações sofreram um golpe de morte com a Revolução Francesa, mas duraram em muitos países até as agitações do ano de 1848; na Alemanha elas ainda existem.

67 Depois de 1848 a Igreja não fez mais fada pelos operários?
O individualismo introduzido pela Revolução Francesa destruiu as corporações católicas e deixou os operários entregues à própria sorte. Então a Igreja empreendeu um grande trabalho em favor deles, simultaneamente em três pontos.

68 Qual foi a primeira frente que a Igreja atacou?
A Igreja Católica procurou, de início, principalmente minorar a miséria das pessoas. Para este fim multiplicou as Santas Casas, os orfanatos, asilos para velhos, Oratórios festivos, creches, e obras de assistência social. Assim é que, para dar um exemplo, no Estado de São Paulo, atualmente, de cada cem instituições de caridade ou de assistência, oitenta são mantidas pela Igreja Católica. Os comunistas não mantêm nenhuma. As vinte restantes pertencem a outras igrejas, às organizações leigas e ao Poder público. Nos outros Estados do Brasil, a proporção de obras mantidas pela Igreja é ainda maior. E note-se que as instituições de caridade e assistência mantidas e dirigidas pela Igreja funcionam admiravelmente. Basta ver um hospital dirigido por Religiosas.

69 Qual foi a segunda frente que a Igreja atacou?
Enquanto fundava e organizava instituições de caridade e de assistência, a Igreja lutava para corrigir os defeitos da sociedade que geravam tanta miséria. Desde o Papa Pio IX, e principalmente no pontificado de Leão XIII, Ela insistiu com os ricos, os patrões, o Estado e os trabalhadores para que se lembrassem da ordem social que Deus quer e Jesus Cristo fundou, e se aplicassem a melhorar as condições de vida do operário. Os Papas ensinaram que o trabalho não é mercadoria, e que o homem que trabalha tem direito a um salário nas seguintes condições: a) que lhe permita viver com dignidade; b) que dê para criar e educar os filhos; c) que possibilite ao trabalhador diligente e econômico formar um pecúlio que melhore a sua situação e lhe garanta o futuro.

70 Os ensinamentos dos Papas tiveram resultado?
Os ensinamentos dos Papas já modificaram completamente, em muitos países, a mentalidade dos patrões e dos operários, e melhoraram felizmente as condições destes últimos. Mas a Igreja continua a insistir, e o atual Pontífice, Sua Santidade o Papa João XXIII, publicou há pouco a Encíclica “Mater et Magistra”, em que ensina mais uma vez como os patrões devem tratar os trabalhadores, para que haja justiça, caridade e paz.

71 Qual foi a terceira frente em que a Igreja empreendeu o grande trabalho em favor dos operários?
A Igreja, enquanto atendia as misérias mais gritantes e imediatas, e ensinava aos patrões e operários como devia ser as suas relações de acordo com a justiça e a caridade, promovia a organização destes e daqueles em associações, que se chamam corporações, círculos operários, etc. Estas organizações formam nos vários países grandes confederações, como na França a Confederação dos Trabalhadores Cristãos, na Itália a Asso­ciação Católica dos Trabalhadores Italianos, no Brasil a Confederação dos Círculos Operários, etc.

72 Em que mais os Papas insistiram?
Os Papas insistiram em que os operários se unam, para juntos defenderem os seus direitos, respeitando, porém, os direitos dos patrões. Os Papas aconselham a estes que, na medida do possível, melhorem o salário e as condições dos trabalhadores, dando-lhes mais do que o estritamente justo.

73 Quais os Papas que mais se salientaram , na ação em favor dos direitos do operário, e da justiça e harmonia entre as classes sociais?
Todos os Papas se têm desvelado pela melhora da dura situação que começou para os operários com a Revolução Francesa. De um modo especial devem-se mencionar os seguintes Pontífi­ces: Leão XIII, autor da Encíclica “Rerum Novarum”; Pio XI, autor da Encíclica “Quadragesimo Anno”; João XXIII, autor da Encíclica “Mater et Magistra”.

74 Que Papas se salientaram na luta contra o comunismo?
Todos os Papas, de Pio IX a João XXIII, tem condenado o comunismo. A Encíclica “Divini Redemptoris” de Pio XI trata especialmente do assunto, com grande, clareza e vigor. Durante o pontificado de Pio XII, a Suprema Sagrada Congregação do Santo Ofício fulminou com a pena de excomunhão quem pertence ao Partido Comu­nista ou colabora com ele.

75 Quais as conseqüências práticas desta excomunhão?
Os membros do Partido Comunista e os que com ele colaboram não podem receber os Sacramentos nem ser padrinhos de batismo, confir­mação e casamento, ficam privados de enterro reli­gioso e sepultura eclesiástica, e não se pode cele­brar em público: missa em sufrágio de suas almas.

76 Os comunistas têm direito de divulgar suas doutrinas, de viva voz, ou pela imprensa, rádio e outros meios de propaganda?
Não. Segundo a doutrina católica o erro não tem direito de ser difundido. Cumpre ao Poder Público proibir-lhe a propaganda.

XIV. O SOCIALISMO

77 Haverá outro meio de preparar os homens para o comunismo?
Outro meio de preparar os homens para o comunismo é o socialismo.

78 Que vem a ser o socialismo?
O socialismo é o sistema que professa que todos os meios de produção, de transporte, o ensino, a assistência, toda a propriedade, devem per­tencer ao Estado.

79 Para o socialismo, qual é o papel do individuo?
Para o socialismo o individuo é meio e não fim da sociedade. Por isto o Estado deve se ocupar de tudo, e cuidar do indivíduo em todos os setores, deixando a este somente aquilo que o Estado mesmo não pode fazer.

80 Neste caso, o socialismo é o mesmo que o comunismo?
Não. O fim de um e outro é o mes­mo o estabelecimento de uma sociedade sem classes, a abolição da propriedade privada e da inicia­tiva privada, e a entrega ao Estado de todos os meios de produção. A diferença está em que o socialismo procura alcançar estes objetivos com meios brandos, usando da propaganda doutrinária e das eleições, enquanto que o comunismo prefere recorrer à violência. Os meios são diferentes, mas o fim é o mesmo. O socialismo é como uma rampa pela qual o mundo desliza suavemente da ordem natural e divina para o comunismo.

81 Há formas moderadas de socialismo?
Há formas moderadas de socialismo. Tais formas existem sempre que se exagera, em medida maior ou menor, a ação do Estado, em detri­mento da iniciativa individual ou da propriedade privada.

82 Pode o católico ser socialista?
O católico não pode ser socialista, porque o socialismo contradiz a doutrina da Igreja, que estabelece o seguinte princípio: o Estado existe para realizar as tarefas de bem comum de que nem os indivíduos, nem as famílias, nem as socie­dades intermediárias são capazes por si mesmos. Este princípio defendido pela Santa Igreja, e de modo especial pelo Santo Padre João XXIII na Encíclica “Mater et Magistra”, chama-se o “prin­cípio da subsidiariedade”.

83 Que dizem os Papas sobre o socialismo moderado?
Os Papas dizem que, consistindo o socialismo, ainda que moderado, no exagero da ação estatal, é sempre condenado, porque incompatível com a justiça e a ordem natural estabelecida por Deus.
Por isto disse Pio XI que o socialismo — mesmo quando moderado — “não pode conci­liar-se com a doutrina católica” (Encíclica “Qua­dragesimo Anno”).

84 Que dizer então do chamado “socia­lismo cristão” ou “católico”?
O chamado “socialismo cristão” ou “socialismo católico” e uma aberração tão grande como se alguém falasse de um protestantismo católico ou de um círculo quadrado.

XV. A CONQUISTA DO POVO — AS ELITES E A MASSA

85 Qual a técnica que o comunismo usa para conquistar as elites?
A técnica usada pelo comunismo para conquistar as elites consiste em promover o convívio e a colaboração delas com núcleos da seita. Os comunistas aos poucos as vão levando a pen­sar à maneira materialista. Levam-nas primeiro a agir como materialistas, para terminarem pensando como materialistas.
Os comunistas usam também um processo de mudança da maneira de pensar, em geral sem dis­cutir, que denominam de “lavagem cerebral”.

86 Que meios usa o comunismo para conquistar as massas?
Os grandes meios utilizados pelos comu­nistas para conquistar as massas são a revolta e as promessas. Pela revolta, o comunismo açula a classe operária contra os ricos. Pelas promessas desperta nos corações a inveja e a cobiça. Para conquistar as inteligências do povo usa da propa­ganda, menos para convencer do que para saturar os cérebros com as idéias que convêm ao Partido, e tirar as que lhe são contrárias. Ao Partido não interessa se a propaganda diz verdades ou menti­ras: o que interessa é martelar até que a idéia pegue.

XVI. OS PONTOS MAIS VISADOS; A REFORMA AGRÁRIA

87 Quais são os pontos mais visados pela seita comunista em sua campanha para domi­nar um país?
Os pontos mais visados pela campanha comunista no primeiro período, que e o da des­truição da sociedade católica, são os seguintes: direito de propriedade, forças armadas, pátria, fa­mília, e sobretudo a Religião. Para quebrar todas as resistências, procura-se encher o povo de ódio contra tudo isto.

88 Que reformas o comunismo apregoa, para dominar um país?
Para dominar um país o comunismo apre­goa a necessidade de várias reformas. A primeira é a reforma agrária, depois vem a reforma ur­bana, a comercial e a industrial, todas elas de caráter mais ou menos acentuadamente expropria­tório e socialista.

89 Em que consiste a reforma agrária que os comunistas querem?
Os comunistas, tomando por pretexto a situação não raras vezes lamentável do trabalha­dor rural, e a conveniência de favorecer-lhe o aces­so à condição de proprietário, promovem o con­fisco das propriedades rurais grandes e médias. Desde que haja só propriedades pequenas, caem todas sob o controle absoluto do Estado.

90 De que maneira uma tal reforma agrária prepara a Revolução desejada pelo comunismo?
De tal reforma agrária o comunismo tira diversas vantagens:
a) ela destrói as elites rurais, coluna indispensável da ordem social;
b) cria uma grande desordem no campo, com lutas, violências, homicídios;
c) daí nasce uma grande penúria e grande fome no campo e na cidade;
d) assim se enfraquece a nação e se leva o povo ao desespero. Com isto as resistências anticomunistas ficam prejudicadas, e o Partido pode dar o golpe da Revolução.

91 A Igreja concorda com uma reforma agrária que viole o direito de propriedade?
A Igreja condena toda reforma agrária que não respeite como sagrado o direito da pro­priedade, seja do grande fazendeiro, como do pe­queno sitiante. Em ambos os casos este direito é sagrado.

92 Que reforma agraria a Igreja abençoa?
A Igreja abençoa uma reforma agrária que atenda aos seguintes pontos fundamentais:
a) respeito pela legítima propriedade, qual­quer que seja o seu tamanho;
b) fornecimento por parte do Estado, de assistência técnica, social e financeira ao lavrador;
c) colonização da imensa reserva de terras inaproveitadas da União, Estados e Municípios;
d) concessão de crédito aos grandes proprietários que queiram dividir e colonizar suas terras;
e) concessão de crédito a juros baixos e prazo longo, para os agricultores que queiram adquirir terras, montar suas fazendas ou sítios;
f) assistência religiosa e educacional aos homens do campo;
g) facilitar a formação de cooperativas agrícolas, livres, de iniciativa particular;
h) facilitar o armazenamento e transporte dos produtos da agricultura.

93 A Igreja proíbe a expropriação de uma gleba para fins sociais?
A Igreja admite a expropriação de uma gleba para fins sociais, mas com grandes cautelas:
a) é preciso que se trate de alcançar um bem comum proporcionadamente grande, ou de afastar um mal proporcionadamente grande;
b) é preciso que não haja outra solução que não seja dispor da gleba;
c) é necessário que se tenha antes tentado, sem êxito, a aquisição amigável do imóvel;
d) é necessário que o dono receba, no ato da desapropriação, e em dinheiro, o preço justo, correspondente ao valor real e atual do imóvel, seja esse valor grande ou pequeno.

94 Há casos especiais de desapropriação?
Sim. Por exemplo, se a finalidade da obra a ser executada em determinada gleba o exi­gir, o Estado poderá desapropriar, além desta, as glebas vizinhas, a fim de que a obra aproveite ao maior número de pessoas.

XVII. O IDEAL DO COMUNISMO: A SOCIEDADE SEM CLASSES; O IGUALITARISMO

95 Qual o ideal remoto da sociedade comunista?
A sociedade comunista ideal, diz a seita, será, depois dos horrores da ditadura do proleta­riado, uma sociedade sem classes nem proprietá­rios, onde todos serão iguais, todos trabalharão, cada qual segundo as suas forças, e cada um rece­berá da sociedade tudo o de que precisar. Será este o paraíso na terra.

96 Este ideal corresponde de Deus?
Este ideal á oposto à vontade aos planos de Deus em pontos essenciais:
a) Deus não quer que este mundo seja um paraíso, e sim um lugar em que ao lado de puras alegrias nós encontremos grandes sofrimentos, e assim, carregando a nossa cruz, nos santifiquemos. Nosso paraíso nos espera na outra vida.
b) Deus quer que cada indivíduo procure o seu bem-estar por seu esforço pessoal, amparado pelo Estado, mas não substituído por ele.
c) Deus quer que entre os homens haja de­sigualdades, as famílias formem classes distintas, umas mais altas que as outras, sem hostilidade re­cíproca, com caridade, e sem exagerada diferença: não deve haver alguns miseráveis, e outros exces­sivamente ricos.

97 Deus quer então que haja pobres e ricos, nobres e plebeus?
Está de acordo com os planos de Deus que existam pobres e ricos, gente humilde e gente importante, mas baseada toda esta hierarquia na justiça e na caridade.

98 Qual a ultima causa da desigualdade entre os homens?
A última causa da desigualdade entre os homens é a sua liberdade.
Dada a natural desigualdade de talentos e virtudes entre os homens, estes só podem ser mantidos num mesmo nível econômico diante uma ditadura de ferro, que suprima toda liberdade e toda iniciativa.

99 Como se chama a tendência que leva o homem a odiar as diferenças sociais, a querer uma sociedade sem classes?
A tendência que leva a querer que todos sejam iguais e a odiar as diferenças de classe cha­ma-se: igualitarismo.

100 Quais são os vícios que alimentam o igualitarismo?
Os vícios que alimentam o igualitarismo são:
a) a inveja, que não tolera que o próximo seja melhor, ou mais sábio, ou mais rico;
b) o orgulho, que não tolera ninguém aci­ma de nós;
c) a soberba, que não se conforma com os planos de Deus.

101 Que manda a justiça social?
A justiça social manda que o Estado providencie que cada família possa conseguir por seu trabalho o necessário para seu sustento, educação de seus filhos e formação de uma reserva para o futuro, de modo que haja o menor número possí­vel de miseráveis, e os ricos não sejam demasia­damente ricos. Assim a sociedade será como uma pirâmide: com pessoas que vivem só de seu tra­balho, pequenos proprietários, pessoas remediadas, ricos, e alguns muito ricos.

102 A justiça social manda que todos sejam iguais em fortuna e posição social?
Não. Que todos os indivíduos e famílias fossem iguais seria uma injustiça social, porque im­portaria na destruição da liberdade, da iniciativa privada e do direito dos filhos a herdar dos pais.

A boa sociedade católica e humana é desigual, hierarquizada.

sábado, 23 de julho de 2011

Todo Mundo e Ninguém


O texto abaixo é parte de uma peça maior, chamada AUTO DA LUSITÂNIA (no século XVI, chama-se auto ao drama ou comédia teatral), representada pela primeira vez em 1532. A obra é de autoria do criador do teatro português, Gil Vicente.

Entra Todo o Mundo, homem como rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que se lhe perdeu. E logo após ele um homem vestido como pobre; este se chama Ninguém, e diz Ninguém:

Ninguém: Que andas tu aí buscando?
Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar:
delas não posso achar, porém ando perfiando
por quão bom é perfiar.

Ninguém: Como hás nome, cavaleiro?
Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo
e meu tempo todo inteiro
sempre é buscar dinheiro
e sempre nisto me fundo.
Ninguém: Eu hei nome Ninguém, e busco a consciência.

Belzebu: Esta é boa experiência: Dinato, escreve isto bem.
Dinato: Que escreverei, companheiro?
Belzebu: Que ninguém busca consciência. e todo o mundo dinheiro.

Ninguém: E agora que buscas lá?
Todo o Mundo: Busco honra muito grande.
Ninguém: E eu virtude, que Deus mande
que tope com ela já.

Belzebu: Outra adição nos acude:
escreve logo aí, a fundo,
que busca honra todo o mundo
e ninguém busca virtude.

Ninguém: Buscas outro mor bem qu'esse?
Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse
tudo quanto eu fizesse.
Ninguém: E eu quem me repreendesse em cada cousa que errasse.

Belzebu: Escreve mais.
Dinato: Que tens sabido?
Belzebu: Que quer em extremo grado
todo o mundo ser louvado, e ninguém ser repreendido.

Ninguém: Buscas mais, amigo meu?
Todo o Mundo: Busco a vida a quem ma dê.
Ninguém: A vida não sei que é, a morte conheço eu.

Belzebu: Escreve lá outra sorte.
Dinato: Que sorte?
Belzebu: Muito garrida:
Todo o mundo busca a vida
e ninguém conhece a morte.

Todo o Mundo: E mais queria o paraíso, sem mo ninguém estorvar.
Ninguém: E eu ponho-me a pagar quanto devo para isso.

Belzebu: Escreve com muito aviso.
Dinato: Que escreverei?
Belzebu: Escreve que todo o mundo quer paraíso
e ninguém paga o que deve.

Todo o Mundo: Folgo muito d'enganar, e mentir nasceu comigo.
Ninguém: Eu sempre verdade digo
sem nunca me desviar.

Belzebu: Ora escreve lá, compadre,
não sejas tu preguiçoso.
Dinato: Quê?
Belzebu: Que todo o mundo é mentiroso,
E ninguém diz a verdade.

Ninguém: Que mais buscas?
Todo o Mundo: Lisonjear.
Ninguém: Eu sou todo desengano.

Belzebu: Escreve, ande lá, mano.
Dinato: Que me mandas assentar?
Belzebu: Põe aí mui declarado, não te fique no tinteiro:
Todo o mundo é lisonjeiro, e ninguém desenganado.

(Texto retirado do livro que pertencia ao meu pai quando era um menino: "Seleta - Português Prático - 4ª série - Marques da Cruz - ano de 1944)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Muito dinheiro


Deus jamais condenou as riquezas, mas o mau uso delas. O que acontece é que o dinheiro acaba corrompendo a pessoa que se deixa dominar pelos deleites da vida.

Já ouvi muitos dizerem que não precisam de Deus por que tem dinheiro e podem comprar tudo o que quiserem.

Também já vi pessoas muito ricas que se negavam à caridade cristã, deixando os que estavam sob sua guarda e proteção passarem sérias necessidades.

Também já vi casais brigarem por causa de dinheiro, e ao invés de se ajudarem mutuamente nas dificuldades preferem a discórdia.

Também já li noticias de corrupção e desvio de dinheiro.

Mas eu seria injusto de não falasse que também já vi caridade cristã também. Pessoas que ficaram em péssima situação financeira, mas foram ajudados pelos que eram mais poderosos.

Também já vi pessoas alimentando os pobres, e dando roupas quentes a quem tem frio.

Conheço pessoas que com seu dinheiro ajudaram a construir igrejas, e outras que construíram casas de perdição.

Conheci de perto a ambição ardente de certas pessoas... e conversei com avarentos...

Conheci algumas pessoas caridosas e que por amor ao próximo chegaram a partilhar o que nem podiam partilhar...

Assim vai o mundo....

Uma vez, conversando com um amigo muito sábio questionei: qual é a maior tentação que o homem pode ter?

A resposta foi imediata: o dinheiro.

Respondi: não seria o sexo?

Ele me respondeu que apesar do mundo estar encharcado até o pescoço do pecado contra o 6° mandamento, o dinheiro ainda continua sendo a pior tentação que um homem pode ter.

Muita gente não se vende pelo sexo, mas poderia entregar sua alma para ter dinheiro...

Termino aqui com uma citação do Apocalipse (capítulo 3, versículos 14-21):

Ao anjo da igreja de Laodicéia, escreve: Eis o que diz o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus.

Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente!
Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.

Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito - e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu.

Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico; roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro.

Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te.

Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo.Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.

domingo, 26 de junho de 2011

Deformação a que nossas crianças estão sujeitas nas escolas

Trechos do artigo escrito por J. Bettinck Carvalho

Satisfeitos por terem conseguido matricular os filhos nas últimas vagas de uma escola pública, ou porque o orçamento familiar permitiu que continuassem num colégio particular, muitos pais se despreocupam do assunto "estudos", sem ao menos se darem ao trabalho de correr os olhos nos livros que seus filhos estão utilizando.

O que está sendo ensinado a nossas crianças? Para responder a essa pergunta, compulsamos 83 livros didáticos adotados no presente ano nas escolas de 1º e de 2º graus em todo o País.

O resultado da pesquisa confirma as suspeitas, e pode deixar surpresos os leigos em assuntos educacionais: a maioria dos livros está eivada de doutrina marxista, e os de algumas matérias estão literalmente encharcados dela. As relações humanas, as questões religiosas, os acontecimentos históricos, o progresso da cultura, o desenvolvimento das línguas, etc., quase tudo é visto e interpretado segundo a ótica socialista. Tem-se a impressão de que, se fosse possível, introduziriam marxismo até nas fórmulas matemáticas...

A conclusão? É que o estratégico setor da edição de livros didáticos está dominado pela esquerda a mais retrógrada. Não conheço os empresários do ramo. Mas os livros editados são de autores que não escondem sua preferência pelo marxismo. A julgar pela quantidade de obras disponíveis e por sua apresentação refinada –– nada "3º Mundo"! –– o mercado de livros didáticos é altamente lucrativo, no melhor estilo capitalista. Parece que nessas horas nossos excêntricos marxistas esquecem a ideologia e se deixam tentar pelo ouro...

Enquanto dormimos, eles assaltam as mentes infantis

Mesmo com o fracasso estrepitoso dos regimes socialistas patenteando-se aos olhos do mundo, há gente em nosso País que continua aferrada a tais idéias!

"Bem –– diria alguém –– deixe que continuem a sonhar. Se querem ser esquisitos, que sejam". Ora, a questão é outra: eles não se contentam em sonhar sozinhos. Infestando não só o setor de livros didáticos, mas todos os escalões da educação no Brasil, trabalham sorrateiramente a fim de arrastar para seus descaminhos nossas crianças e nossos jovens, ou seja, o Brasil de amanhã.

Tranqüilizamo-nos pensando que o problema do perigo comunista foi resolvido? Oh ilusão! Enquanto descansamos, toda uma geração de brasileiros vai sendo doutrinada nas escolas.

Talvez entre os doutrinados estejam seus filhos, amigo leitor.

O professor e os maus livros

Sejam livros de História ou Geografia –– os piores nesse sentido ––, sejam de Filosofia, de Língua Portuguesa e de O.S.P.B. (Organização Social e Política do Brasil), além dos de outras matérias, quase todos correm, em velocidades diferentes, na mesma pista: elogios à luta de classes, críticas unilaterais ao capitalismo, ataques contra a colonização luso-espanhola da América, contra a cultura ocidental e até contra a Igreja Católica. Além de preconceitos em relação à monarquia e à aristocracia, sem faltar as eternas loas à Cuba castrista. A fim de moldar a realidade às suas crenças, certos autores não têm escrúpulos em lançar mão de evidentes falsificações.

O pobre estudante vai sendo assim bombardeado desde a infância até a mocidade, e ao deixar a Universidade está com a mente povoada de mitos, bem longe da vida real.

Para quem se interessar mais pelo assunto, ler o artigo na íntegra em:
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/9357AC6E-3048-313C-2E00F855D22BE485/mes/Outubro1992

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Os ímpios se infiltraram entre nós


“Caríssimos, estando eu muito preocupado em vos escrever a respeito da nossa comum salvação, senti a necessidade de dirigir-vos esta carta para exortar-vos a pelejar pela fé, confiada de uma vez para sempre aos santos.”

“Pois certos homens ímpios se introduziram furtivamente entre nós, os quais desde muito tempo estão destinados para este julgamento; eles transformam em dissolução a graça de nosso Deus e negam Jesus Cristo, nosso único Mestre e Senhor.”

(Epístola de São Judas, 1:3-4)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Crise na Santa Igreja

Momento de tristeza. Momento de Oração.
A Crise na Igreja: O que disseram os Papas

O Papa São Pio X, na encíclica em que condenou o modernismo (precursor do progressismo), advertiu que “os fautores do erro [...] se ocultam no próprio seio da Igreja, [...] por assim dizer nas próprias veias e entranhas dela”(*).

Nesse mesmo sentido, advertiu Paulo VI: “A Igreja atravessa hoje um momento de inquietude. Alguns praticam a autocrítica, dir-se-ia até a auto-demolição. [...] A Igreja é golpeada também pelos que dela fazem parte”(**). O mesmo pontífice afirmou ter a sensação de que “por alguma fissura tenha entrado a fumaça de satanás no templo de Deus”(***).

Também João Paulo II, em diversas ocasiões, tem-se referido aos problemas do mundo moderno e à sua relação com a tempestade que se abate sobre a Santa Igreja. Em alocução aos Religiosos e Sacerdotes participantes do I Congresso Nacional Italiano sobre o tema “Missões ao Povo para os Anos 80”, em 6-2-81, ele traçou um panorama sombrio da situação da Igreja, afirmando que muitos destes problemas incluem a difusão de “verdadeiras e próprias heresias, no campo dogmático e moral, criando dúvidas, confusões e rebeliões; alterou-se até a Liturgia”.
__________
(*) Encíclica Pascendi Dominici Gregis, de 8/9/1907, Ed. Vozes, Petrópolis, 1959, p. 4.
(**) Alocução aos alunos do Seminário Lombardo — Insegnamenti di Paolo VI, Tip. Pol. Vaticana, vol. VI, p. 1188, apud Plinio Corrêa de Oliveira, G. A. Solimeo, L. S. Solimeo, “As Cebs...”, p. 71.(***) Alocução de 29-6-72 — Insegnamenti...”, vol. X, p. 707, apud. op. cit., p. 71.

sábado, 30 de abril de 2011

Rezem o terço. Rezem por nós.


Agora no mês de maio de 2011 fazem 94 anos da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima. Nossa Senhora fez um pedido à humanidade: rezem o terço todos os dias. Quem a atendeu? Depois disso se teve notícias de muitas outras aparições de Nossa Senhora por todo o mundo. Imagens de Nossa Senhora derramaram lágrimas e até lágrimas de sangue... No nosso querido Brasil, fontes seguras comentam que Nossa Senhora apareceu até no agreste do Estado de Pernambuco. Nessa aparição especificamente alguém atirou uma pedra e a mão de Nossa Senhora começou a sangrar. Os videntes perguntaram o que significava isso? Então Nossa Senhora respondeu: “Isto é o sangue que inundará as ruas do Brasil”. (leiam:
http://www.sacralidade.com/igreja2008/0178.castigos.html)

Assim aproveitemos o mês de maio para difundir a reza do terço.
Neste mês tão especial, eu e meus amigos faremos uma viajem. Portanto no mês de maio não haverá postagens. Mas no início de junho as postagens voltarão.

Pedimos que todos rezem muito por nós, pois precisamos muito de orações.

Rezaremos por todos e pelas suas famílias.
Rezaremos pelos Blogs e Sites Católicos.
Rezaremos por todos os que de uma forma ou de outra nos ajudam a fazer apostolado.
Desejamos de todo o coração que Nossa Senhora abençoe a todos.

Salve Maria!

Jorge de Almas Castelos (http://almascastelos.blogspot.com)
Ângelo Miguel (http://ograndecombate.blogspot.com)
(http://vandeanosdafe.blogspot.com)
Catarina Alvim (http://casapiadossantosanjos.blogspot.com)
Miguel Cassandro (http://variedadesmille.blogspot.com)
Francisco Spiegel (http://jovensenamoros.blogspot.com)
Israel Maná (http://cavaleirosdesantamaria.blogspot.com)
Paulo de Tebas (Irmandades dos Blogs Católicos em inglês e espanhol)

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Irmandade dos Blogs Católicos:
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Fraternity of Catholic Blogs:
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Hermandad de Blogs Catolicos:
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domingo, 13 de março de 2011

Canção da Infantaria do CPOR

Não posso deixar de fazer minha homenagem aos valorosos oficiais da reserva do nosso valente exército brasileiro. Minha saudação à Infantaria do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva - C.P.O.R. de São Paulo.


sábado, 8 de janeiro de 2011

Freud, propulsor da revolução sexual


Passeando por Viena, ainda hoje sentimos que pairam no ar, em alguns lugares, restos do perfume que fez desta cidade imperial, durante muitos séculos, a cidade européia do charme por excelência.

Como neste mês cumprem-se 150 anos do nascimento de Sigmund Freud (6 de maio de 1856), meus passos se dirigiram ao famoso nº 19 da Bergstrasse. Uma rua comum, não longe do prédio central da Universidade de Viena. Ali viveu por quase 50 anos o inventor da psicanálise. Além de seu domicílio, ele tinha ali também seu consultório.

No local onde examinava seus pacientes, não encontramos nada de especialmente pessoal. Chama a atenção apenas o famoso “divã”, onde se recostavam os que aceitavam submeter-se a seus exames.

Nada fazia prever que naquele lugar, pacato durante os anos em que Freud exerceu suas atividades, montava ele uma verdadeira revolução dos costumes.

Com efeito, as tendências desordenadas da sensualidade sem freios, que vinham crescendo ao longo de todo o século XIX, lutavam para encontrar no terreno ideológico uma doutrina que as justificasse; e assim mais facilmente as libertasse das leis, da moral, dos costumes e da mentalidade provenientes de épocas de fé católica, que contrariavam profundamente essas más tendências.(1) Tal foi o papel da doutrina freudiana.

Contagiando com a “peste”

Freud e o freudismo estão intimamente ligados à "revolução sexual".(2) Conta Ernest Jones –– discípulo de Freud que escreveu sua vida –– que, chegando ambos a Nova York, comentou Freud olhando do convés do navio para o porto dessa cidade: “Estamos lhes trazendo a peste”,(3) referindo-se ao método de psicanálise que iria espalhar entre os americanos. Com efeito, das doutrinas de Freud surgiu e se afirmou a “revolução sexual” do século XX, expandindo-se sobretudo a partir dos EUA.

Fabricou-se então o homem dito do século XX –– “descomplexado”, quer dizer, sem barreiras morais –– o qual assistiu sem espanto à instalação da inteira liberdade sexual dos jovens antes do matrimônio, o aborto, a queda das barreiras do horror diante da homossexualidade, etc. Este foi o resultado da revolução freudiana — até o momento, pois uma locomotiva sem freios não se detém numa rampa descendente.

Surgimento do “homem novo”

É possível cair mais baixo? Infelizmente, sim. Freud o tentou quando quis divinizar o instinto sexual, como fizeram algumas religiões pagãs da Antiguidade na Grécia e na Índia, por exemplo.

Para consegui-lo, não basta dar livre curso às tendências desordenadas do homem, que o levam a afastar-se de Deus e até odiá-lo. É preciso dar-lhes uma nova visão do mundo, idéias e meios para modificar tudo aquilo em que se acreditava”.

O marxismo e o freudismo estão intimamente ligados, na revolução do século XX. A filosofia marxista é uma práxis que pretende modificar o mundo. “Os filósofos não fizeram mais do que dar diversas interpretações ao mundo; mas o de que se trata é de transformá-lo", dizia Engels. E acrescentava: "Marx Über Feuerbach" (Marx acima de Fuerbach).(4) De maneira semelhante, o freudismo não é apenas uma teoria sobre a psicologia humana, mas sobretudo uma práxis — a técnica psicanalítica tem como meta transformar o homem a partir de seus fundamentos instintivos e tendenciais. De tal maneira as metas da Revolução comportam uma mudança radical na cultura e na civilização, que a natureza do homem range ao tentar acomodar-se ao novo mundo desejado por ela. É necessário pois que surja um "homem novo".

Um "homem novo" coletivizado, não “egoísta”, amoral, em uma nova relação com a natureza, que terá repudiado especialmente a Religião católica como uma "ilusão". Tal é a meta da evolução da psique, segundo a teoria freudiana, e que vem ao encontro das necessidades dos teóricos do comunismo, que edificam sua utopia sobre a base desse homem-massa, homem escravo.

O "deus" Eros

Segundo Freud, existem dois instintos básicos que governam absolutamente a vida do homem e da sociedade: o instinto de morte, que prevaleceu até agora por meio da civilização moderna, industrial, dominada pela técnica, que tende a impor a violência de uns sobre os outros e dos homens sobre a natureza, levando pouco a pouco e inevitavelmente à destruição da humanidade. Opondo-se a thanatos (o instinto de morte), surge das profundidades da psique o instinto sexual, o "deus" Eros, que tende a unir todos os homens pelo amor. A maturação final desse instinto deve resultar — mediante a união panteística de todos os seres humanos no seio desse "deus" — numa paz universal e perfeita.

"Poderes obscuros, insensíveis e com desamor determinam o destino do homem", escrevia Freud em seu artigo “Weltanschauung”,(5) onde expunha sua visão do mundo. Poderes ocultos estes que, para ele e seus mais imediatos colaboradores, foram tomando cada vez mais claramente a forma de uma religião.

“Freud tinha um interesse apaixonado pelo diabo. Rodeou-se de pessoas interessadas pelo diabólico, como Jung, Frenczi, Rank, Reik, Lou Salomé, etc. Vivia atraído por dois pólos: o racional e o irracional. Materialista e mecanicista por um lado, e interessado em ocultismo, parapsicologia, religião e magia por outro”.(6) Que relação existia, na mente de Freud, entre o "homem novo" psicanalítico e sua fascinação pelo ocultismo?

No museu da Bergstrasse 19, após lançar um último olhar sobre as figurinhas esotéricas, que evocam o preternatural, sobre a escrivaninha de Freud, saímos à rua, onde o homem do século XXI se agita inquieto, cheio de ilusões de felicidade; e onde a fé encontra apenas um pequeno espaço, na grande maioria das pessoas, enquanto o neopaganismo avassalador torna-se terreno fértil para a aceitação dos mitos religiosos do mundo antigo, que não conheceu Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele, que nos redimiu com seu sangue, nos ensinou ser "o caminho, a verdade e a vida”. É a única senda para alcançarmos o Céu.

(Escrito por Carlos Eduardo Schaffer
Revista Catolicismo número 665 de maio de 2006)

Notas:
1. Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, I, 5, Artpress, 4ª ed., S. Paulo, 1998.
2. Cfr. Wilhem Reich, La Révolution sexuelle, prólogo da 4ª edição.
3. "Ils ne savent pas que nous leur apportons la peste", Freud a Jung, lorsqu'ils arrivent en Amérique
www.grigri.tv/blablas/livre-noir-psychanalyse-
4. Quelle: Marx-Engels Werke, Band 3, Seite 553 ff. Dietz Verlag Berlin, 1969.
5. Std. Ed. tomo XXII, p.167.6. Cfr. Freud e o Diabo, Luise Urtubey.