Um Blog Católico para filhos de Nossa Senhora que não tem medo. Para aqueles que ainda restaram e que são heróis da Fé. Os que têm a coragem de acreditar quando muitos já perderam a Fé. Os que não temem dizer a verdade entre os mentirosos. Os que não vão na onda do mundo moderno e são como rochas inabaláveis em sua Fé. Os que não temem a morte e sabem que há valores pelos quais se deve viver ou morrer. Venham os que são Bravos e Destemidos, Intrépidos Defensores da Fé Católica.

“RESIDUUM REVERTETUR!” – “UM RESTO VOLTARÁ!”

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Tradicionalistas reagem, rezam e fazem apostolado


Nosso Blog chama-se Vandeanos da Fé, em homenagem aos heróis da Vandeia que lutaram na França contra a Revolução Francesa. Há Vandeanos por todo o mundo, que lutam pela Fé: inclusive aqui no Brasil.

“Nossa vida é um presente de Deus, e o que fazemos com ela é um presente para Deus” (São João Bosco) – É o que diria também o homenageado de hoje.

No mundo moderno encontramos as vezes paradoxos inexplicáveis: Pessoas realmente importantes, ignoradas pela mídia escrita e falada e pessoas fúteis exaltadas na mídia. O que realmente interessa para eles da mídia moderna? Um pacto de irmão? Algo secreto que desconhecemos?

Eu ouvi falar sobre um homem do bem, grande apóstolo de nossos dias, que a exemplo de São João Bosco, procura fazer o bem para a juventude. Com um raciocínio afiado, com sagacidade na argumentação e com solidez no ensinamento, pratica o maior de todos os mandamentos da Lei de Deus: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.”

Com um desprezo pelas coisas deste mundo e pelo que este oferece, bradando sempre em prol de Nossa Senhora esse verdadeiro apóstolo ensina, corrige e educa muitos jovens.

Vale a pena lembrar a máxima: “Aquele que salva uma alma torna segura sua eterna salvação”

Muito agradável ver alguém sendo elogiado pelos próprios irmãos. Mas não um elogio desprezível como a imprensa faz aos filhos do mundo. Um elogio saudável, sincero e todo apostólico.

Quem é esse apóstolo da palavra? Professor Dr Armando Braio Ara, advogado, apologeta, professor, paciente, humilde, Católico Apostólico Romano. Desde a mais tenra juventude servindo a Deus como apóstolo da Contra Revolução. Na verdade é um eloquente orador, professor sem igual. Sua palavra sempre para a defesa do Altíssimo.

Primeiramente reuniu pessoas para orações, depois orações e comentários e conversas agradáveis, depois apostolado dando aulas e ensinando o ouro da sabedoria e a prata da benevolência.

Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? (Evangelho de São Marcos 8: 35-36)

“Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém a maior delas é a caridade.” (São Paulo aos Corintios 13:13)

Recentemente foi agraciado com o titulo de Cavaleiro da Cruz e Devoção pela Capitania Mor da Casa Pia dos Santos Anjos. Titulo esse de grande importância entre os cavaleiros de São Miguel Arcanjo.

Parabéns Professor Dr Armando Braio Ara, que Nossa Senhora lhe abençoe e lhe dê longos anos de vida e muitos frutos no seu apostolado.

Clique para acessar o canal do YouTube:

CANAL DO YOUTUBE DO PROFESSOR DR ARMANDO BRAIO ARA

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Pílulas feitas com carne de bebês são descobertas na Coreia do Sul


Milhares de pílulas “milagrosas”, que continham carne humana em sua composição, foram descobertas por oficias da alfândega na Coreia do Sul. As cápsulas de origem chinesa eram vendidas com a licença de uma companhia médica onde os bebês eram abortados ou deixados depois de mortos.

De acordo com o jornal inglês Daily Mail, os corpos eram levados e colocados em geladeiras caseiras nas casas dos próprios envolvidos no esquema. Depois, os cadáveres eram removidos e levados para clínicas e colocados em um micro-ondas de secagem, instrumento usado na indústria farmacêutica.

Apesar de só ter sido divulgado nesta semana, a descoberta foi feita em agosto do ano passado e chocou as autoridades que reforçaram a fiscalização desde então. Os chineses já estão cientes do crime tentaram barrar as pílulas, mas milhares já haviam sido exportadas para a Coreia do Sul.

Existe uma grande demanda por medicina alternativa chinesa e os remédios incluem até chifre de rinoceronte. Historicamente, algumas pessoas na China consomem placenta humana para aumentar a quantidade de sangue no corpo e melhorar a circulação.

As autoridades de saúde da Ásia tem consciência de que é difícil controlar o tráfico de pílulas feitas com fetos. Elas são facilmente comercializadas para o mundo todo por meio da internet, e são procuradas por pessoas doentes e desesperadas por uma cura.

O serviço de alfândega da Coreia do Sul disse hoje que aumentou a busca por pacotes suspeitos trazidos por estrangeiros, principalmente os com selo chinês.

Segundo um documentário sul-coreano, as clínicas de aborto na China repassam os corpos dos bebes, para essas companhias que fazem medicamentos.

De acordo com o The San Francisco Times, os testes feitos nas pílulas mostram que elas contêm 99,7% de carne humana em sua composição. Os resultados afirmam que a carne usada na fabricação é, realmente, de bebês.

Apesar da descoberta desagradável da chamada pílula da juventude, para evitar conflitos diplomáticos, as autoridades sul-coreanas recusaram-se a confirmar de onde vêm as cápsulas e a origem dos corpos.

Fonte (texto e foto):
http://noticias.r7.com/internacional/noticias/pilulas-feitas-com-carne-de-bebes-sao-descobertas-na-coreia-do-sul-20120507.html

terça-feira, 1 de maio de 2012

Heroísmo católico na Nigéria

Na igreja de Santa Teresa em Madalla, Nigéria, na saída da missa de Natal, a milícia islamita de Boko Haram assassinou covardemente 44 fiéis e feriu mais de cem.

A imagem de Nossa Senhora da Piedade ficou coberta com o sangue dos mártires, espalhado por violenta explosão.

Na confusão, forças do exército começaram a disparar contra milhares de fiéis em pânico, quando o Pe. Isaac Achi se interpôs entre os militantes e os paroquianos.

Os soldados cessaram então o tiroteio.

Para os fiéis, seu pároco passou a ser considerado um verdadeiro herói católico que enfrentou destemidamente o ódio satânico da cristofobia que assola vários países.

Fonte: Agencia Boa Imprensa
http://agenciaboaimprensa.blogspot.com.br

terça-feira, 3 de abril de 2012

Declaração sobra a Maçonaria


CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

DECLARAÇÃO SOBRE A MAÇONARIA

Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo facto que no novo Código de Direito Canónico ela não vem expressamente mencionada como no Código anterior.

Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério redaccional seguido também quanto às outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.

Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçónicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçónicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão.

Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçónicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17 de Fevereiro de 1981 (cf. AAS 73, 1981, p. 240-241).

O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao subscrito Cardeal Prefeito, aprovou a presente Declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada Congregação, e ordenou a sua publicação.

Roma, da Sede da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, 26 de Novembro de 1983.

Joseph Card. RATZINGER
Prefeito

+ Fr. Jérôme Hamer, O.P.
Secretário

FONTE:
http://www.doctrinafidei.va/documents/rc_con_cfaith_doc_19831126_declaration-masonic_po.html

quinta-feira, 15 de março de 2012

Dom Pestana, Fátima e o Concilio Vaticano II


Roma: discurso de Dom Manoel Pestana Filho, bispo emérito de Anápolis, em conferência sobre Fátima.

Apresentamos nossa transcrição do discurso proferido por Sua Excelência Reverendíssima Dom Manoel Pestana Filho, bispo emérito de Anápolis (Goiás), no “The Fatima Challenge Conference”, em Roma, no último dia 7. De antemão agradecemos as possíveis correções feitas ao nosso trabalho.

Excelências, irmãos padres, religiosos e religiosas, Não esperem muito de mim, pois sou baixinho, mas, em suma, devo falar alguma coisa e me pediram que, ao menos, eu me comunicasse com vocês.

Roma, 7 de maio de 2010. Dom Manoel Pestana Filho discursa em conferência sobre Fátima e apresenta o livro de Monsenhor Gherardini - Concilio Vaticano II, un discorso da fare.

Algo que me parece sempre incerto é a questão do Concílio Vaticano II. Na última sessão, da qual participei, uma comissão foi até a Irmã Lucia, em Coimbra, e eu lhe encaminhei uma pergunta por escrito. Minha pergunta foi a seguinte: o terceiro segredo de Fátima tem alguma relação com o Concílio Vaticano II? A Irmã Lucia respondeu — não a mim, mas a um padre que fora com a comissão — “não estou autorizada a responder esta pergunta”. Isso é muito interessante. [...] é um sinal de alguma reserva no terceiro segredo e esta reserva tinha alguma relação com o Concílio Vaticano II.

Mas, como reversas com o Concílio Vaticano II? Estudei aqui em Roma, estudei Teologia, e isso me impressionava muito. Eu também tinha lido dois livros sobre Fátima, um do padre Marc, e um outro de um padre português, que tinha sido diretor espiritual num seminário brasileiro. E uma coisa interessante para mim era entender esta razão. E nesse meio tempo, soube que o Santo Padre Pio XI desejava reabrir o Concílio do Vaticano. O Cardeal Billot o advertiu: “Santidade, me parece que isso é um perigo, porque estamos no tempo dos modernistas e esses modernistas criaram muita confusão na Igreja. Se o concílio for aberto agora, todos estarão em condição de participar, porque muitos também eram hierarcas da Igreja e creio que isso seria uma magnífica confusão entre os teólogos, sacerdotes, religiosos e até o povo, porque todas estas questões que já haviam sido esclarecidas e algumas condenadas pela Igreja desde Pio X e também um pouco por Bento XV, estas questões estariam livres para discussão e creio que não seria bom para a comunicação e para a opinião católica”.

Soube que o Papa levou em consideração o que havia dito o Cardeal Billot – o Cardeal Billot foi retirado do cardinalato alguns anos depois, mas esta é outra questão – mas o Papa teria dito sim, [o Cardeal] tem razão.Soube também que Pio XII teve uma idéia [sobre um concílio] – estudei quatro anos em Roma quando ele era Pontífice – mas estas razões [mesmas] lhe fizeram pensar e naqueles anos ele havia escrito uma carta encíclica Humani Generis, onde ele condena aberta e duramente todas as posições modernistas, citando, inclusive, muitos teólogos de seu tempo. Eu depois fiz [...] um trabalho [...] sobre esta encíclica e situei muitas de suas citações [de autores] que eram anônimas, mas eram citações, nesta encíclica. Por exemplo, Padre Congar, por exemplo, Padre Schillebeecxs, e outros. [...], mas o Santo Padre havia denunciado muitos teólogos que depois fariam sucesso com os seus escritos.E por isso creio que o Papa Bento XVI, com sua prudência e sabedoria, não tenha citado nas obras do Papa Pio XII esta encíclica. É interessante, pois me perguntaram uma vez: por que o Papa não cita a Humani Generis? Pensei, pensei, e disse: creio que se o Papa tivesse citado esta encíclica ele criaria um ambiente de oposição a Pio XII por parte de teólogos famosos que continuam tendo muita influência nas questões da Igreja e haviam sido grandes homens famosos, aplaudidos, no Concílio Vaticano II.

Para mim foi uma decisão de muita prudência e sabedoria [...]. Depois, quando a questão da canonização tivesse avançado, eles tomariam certamente outra posição.Mas retornemos. Seria possível que Nossa Senhora tivesse dito que não era de seu gosto, que não lhe agradava uma realização do Concílio? Eu não sei, mas se pode pensar. Com isso eu não quero dizer que o Concílio Vaticano não seja legítimo… e não seja também uma benção para a Igreja.Não sei se vocês conhecem este livro de Brunero Gherardini, Concilio Vaticano II – Un discorso da fare – publicado pelos Franciscanos da Imaculada, aquela congregação fundada pelo padre Manelli, que é interessantíssimo… terrível este livro… mas mantém uma posição muito justa, muito bem fundamentada. Ele diz que no Concílio foram ditas muitas coisas que não são boas. Um comentarista francês dizia que era necessário distinguir aquilo que foi dito no Concílio, e foram ditas tantas coisas tolas, por exemplo, quando se discutia – e com todo respeito – a maternidade divina de Maria e também Maria mãe da Igreja; um bispo mexicano, Méndez Arceo, provocou risos, muitos risos, quando disse: “isso não me agrada, pois, se Maria é mãe da Igreja, e se a Igreja é nossa mãe, Maria não será nossa mãe, mas nossa avó”. Uma piada fora de lugar, mas, em suma, tudo era possível, e era uma Excelência que falava. E outras coisas que foram ditas; evidentemente, num ambiente de discussão, pode-se dizer tanta coisa tola [...] o delito que o homem usa e abusa de dizer o que pensa. Portanto, é necessário compreendê-lo.

Mas é ainda mais interessante que muitos daqueles que foram condenados por Pio XII – De Lubac, De Le Blond, Danielou, Congar, etc – eram homens do dia, atuais, durante o Concílio.Mas, verdadeiramente, eu soube de uma coisa interessante: um professor da Universidade Gregoriana, que fora responsável pela comissão para os textos preliminares para o Concílio – Padre Tromp – um teólogo magnífico… Falei com ele um pouco antes de sua morte. Ele era meu professor na Gregoriana e eu até fiz um curso especial com ele. E eu perguntei como ele avaliava esta situação e ele me respondeu o seguinte: o Concílio foi um concílio bastante difícil, muito difícil, tanta energia desperdiçada, mas, em suma, uma coisa que se deve dizer é que o Concílio Vaticano II, com todas estas discussões, declarações, documentos, etc, etc, é também a indicação dada por João XXIII de ser um concílio pastoral. Até hoje não se compreende bem este sentido, sentido bem profundo de concílio pastoral. Mas sabemos que não era um concílio de definições, que terminava assim: “todos que disserem o contrário sejam anátemas, etc, etc,” como era praxe. Mas era um concílio que tratava questões católicas, religiosas e mesmo questões não religiosas, mas não concluía mais como os outros concílios, com condenações, excomunhões. Não era um concílio dogmático.

Este sacerdote, que fora nomeado chefe da comissão de redação dos textos preliminares por João XXIII, me disse: “É incrível que um Concílio assim, complexo, heterogêneo, no final das contas tenha contribuído para um dos documentos mais seguros, fundamentais da Igreja. Sim, e ele aludia ao Capítulo 8º da Lumen Gentium. Para o Padre Tromp, este documento seria um dos maiores documentos de toda a história da Igreja.Bem, nesse Concílio havia um homem que eu admirava muito, muitíssimo, tinha lido várias vezes um de seus livros: “Teologia do Apostolado”, Cardeal Suenens e que, em suma, me fez sofrer[...]. Ele tomou a posição de comando, um comando externo, dos bispos da Alemanha e Holanda. Mas, em suma, ele era um mariólogo, um devoto de Maria e certamente ele é quem inspirou e acompanhou a redação do capitulo 8º. Bem, por que digo isso? Porque quando Suenens disse: “Santidade, não somos crianças [...]”. Recebemos uma carta, para logo ler e assinar. Nós somos bispos, nós somos sucessores dos apóstolos. Sabemos o que fazemos. [... ]. Temos que ler os esquemas e depois vamos discuti-los.

E João XXIII, vocês sabem disso, se amedrontou e disse: “sim sim, faremos um Concílio pastoral” Não há Constituições Dogmáticas num Concílio Pastoral. Faremos um Concílio para discutir as questões do momento, e não as questões de sempre, e dar a resposta convencida pela prudência e sabedoria evangélica.O estudo feito por Gherardini considera todas essas questões e diz claramente: o Concílio é uma grande graça para o mundo, e também é este concílio, tantas coisas são ditas, mas não há nenhum peso dogmático. [..] Há coisas que podemos chamar de incertas… até alguns teólogos depois do Concílio Vaticano II disseram que a linguagem da teologia de hoje é uma linguagem de incertezas, não há nenhuma certeza em suas declarações.Assim, me parece que isso explica que tantas coisas tenham chegado a nós com muito pouco fruto. Pelo contrário. Vejamos. Dentro do Concílio Vaticano II, não nas reuniões, foram feitos acordos com os representantes da Rússia para que não se falasse do comunismo, não se falasse de Rússia. Mas isso é o contrário da mensagem de Fátima. O centro da mensagem [...] era a Rússia, da qual virão grandes males para a Igreja e para o mundo. Mas fizeram um acordo.

Ah sim! Porque havia bispos ortodoxos [para participar do Concílio]. E nós sabemos hoje que muitos bispos não só na Rússia, mas na Polônia e outros lugares, para não terem obstáculos da parte do governo comunista, faziam vistas grossas a certas coisas. Por exemplo: nós sabemos que este escândalo ocorreu na Polônia de um arcebispo que fora nomeado e que no momento de tomar posse da diocese ele simplesmente disse: “não, não posso tomar posse, porque encontraram um documento assinado por mim que me permitia sair da Polônia para estudar em Roma com a condição de colaborar com o governo sobre as coisas da Igreja que lhe interessavam.”. Este é o problema. [...] O arcebispo de Kiev, que era um homem que se aproximou muito de João Paulo I, na última audiência, morreu lá diante do Papa. Ele não era ninguém menos que um chefe da KGB e era arcebispo de Kiev. Coronel da KGB. [...] É um trabalho de muito tempo de infiltração na Igreja Católica, e se pode dizer que também o fato de Judas fazer parte do colégio apostólico, não disse nada contra Cristo, e no último momento quis lhe trair: “amigo, a que viestes?”. [...] Há momentos extremos de traição e por isso o Senhor tem muitos e muitos caminhos. [...]

Por outro lado, por exemplo, nós sabemos da influência da maçonaria no último Concílio não foi pouca, porque o próprio Monsenhor encarregado da liturgia – Bugnini – tinha escrito uma carta ao chefe da maçonaria italiana, dizendo que pela liturgia havia feito tudo que era possível; tudo aquilo, segundo recebeu instruções, mais não poderia ser feito. [...] Um padre polonês que encontrou este ofício o levou imediatamente a Paulo VI, que o mandou para fora de Roma, na nunciatura no Irã. Até Monsenhor Benelli, que era o braço direito do Papa, também foi retirado de Roma e estranhamente ambos morreram pouco depois em circunstâncias misteriosas. Dizíamos que era uma queima de arquivo. Entendem, não?

Quero dizer que mesmo os inimigos estando presente dentro da Igreja, isso não deve nos atemorizar, pois o próprio Cristo já contou aquela parábola [...] do trigo e do joio juntos e o Senhor disse “deixai crescer”, depois, na hora da colheita se separará os dois. Pois os maus, como diz Santo Agostinho, ou existem para se converter ou para nos santificar. E isso é verdade. [...] O Senhor, no antigo testamento, deixava os povos bárbaros e desumanos presentes e próximos do povo eleito para garantir a sua fidelidade e seu espírito de sacrifício. E por isso não devemos de maneira alguma pensar que estes problemas possam abalar a nossa fé. Absolutamente!

Uma vez, quando disse um pouco dessas coisas num encontro de bispos, um deles se levantou e me disse: “Você não crê no Espírito Santo?”. Eu disse: “Creio sim, e por isso estou aqui, porque creio no Espírito Santo e sei que as portas do inferno não prevalecerão”. “Eu estarei convosco até o fim do mundo”, tenhamos esta certeza absoluta, não podemos duvidar daquilo que Cristo disse. Isso seria um suicídio religioso. Se não creio em Cristo, em que acreditaria? Em meu pai, em minha mãe, em meu amigo, no Papa? Se não creio em Cristo… e por isso estou seguro, seguro com armas, com sofrimentos, com sangue, sim, sim, é verdade. Quando penso, por exemplo, no Pe. Gruner, vejo nele um mártir da Igreja moderna, sem dúvida. Não se pode compreender a sua vida sem a palavra de Deus que diz: “o reino dos céus é sofre violência, e são os violentos que o alcançam”.Creio que poderia dizer – digo como uma palavra minha — e suspeitar que o Concílio Vaticano II está relacionado [...] com o terceiro segredo de Fátima. Alguns de vocês me dirão: “mas isso não é atual”. Mas é atual sim, pois se nós publicamos isso, teremos que enfrentar o temor de nossos fiéis que dirão: “O que? Vocês não acreditaram?”… Porque me dirão que eu fui fraco, que eu fui estúpido… essas não são justificativas para que eu possa dizer: “não sou responsável” ou “não estava nessas coisas”.[...] victoria quae vincit mundum: fides nostra. A nossa fé é a vitória que vence o mundo. Que vence o mundo! Eu estarei convosco até a consumação dos séculos. As portas do inferno com ela. Nem a maçonaria que é o corpo místico de Satanás, nem as heresias são realmente a lepra da nossa Igreja, mas que encontram sempre na graça de Maria e no amor de Cristo um remédio salutar para todos os males, nada disso me deve fazer perder a coragem ou deixar de lutar.

Um dia eu falava na conferência dos bispos do Brasil contra o aborto, porque eu trabalho muito – poderia e deveria ter trabalhado ainda mais. E um bispo me disse: “Mas Dom Pestana, o senhor tem que entender que não podemos perder tempo [...] com uma batalha perdida. O aborto vem! Como veio para quase todas as nações. Não se pode perder tempo com essas coisas”. E eu disse: “Excelência, Deus não te julga se ganhamos ou não a batalha, mas se lutamos e se lutamos bem”. E assim penso que vocês estão fazendo, e por isso estou aqui com a alma renovada, encorajado [...] mesmo com o meu joelho com duas placas de metal.Deve-se pensar nisso: eu devo lutar. [...]. Sempre recordo de uma estória, e gosto de contar estorinhas [...] para ensinar o catecismo. Um elefante corria na África e, de repente, uma formiga na sua orelha lhe diz: “Elefante, olhe para trás, veja quanta poeira estamos fazendo”. Nós estamos fazendo. E pensamos que somos nós que estamos fazendo. E por isso o personalismo no apostolado é um grande perigo. É Deus quem faz, e só quando os homens se convencerem que Deus faz aquilo que nós fazemos é que acreditarão em nós. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, Amém.

Fonte:
http://fratresinunum.com/2010/05/24/roma-discurso-de-dom-manoel-pestana-filho-bispo-emerito-de-anapolis-em-conferencia-sobre-fatima/

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A morte de um ímpio


VOLTAIRE, UM DOS PENSADORES DA REVOLUÇÃO FRANCESA

A biografia desse homem, que se dedicou à impiedade os 84 anos de sua vida, é-nos relatada por um seu admirador e grande escritor, Jean Orieux (“Voltaire ou la Royauté de l’Esprit”, Flamm-marion, Paris, 1966, 827 paginas). Nesse livro se encontra os traços da vida de Voltaire.

Seu nome era François Marie Arouet, mas conhecido como VOLTAIRE (1694-1778), nasceu na burguesia e era filho de um notário e sua mãe era uma senhora digna. Porém, Voltaire, revoltado contra a sua própria condição - tinha despeito de não ser nobre - não achou nada melhor para alimentar sua revolta do que denegrir infamemente a sua própria mãe:

“Ele dá a entender muito claramente que sua mãe teria tido amantes e que ele seria filho de um deles.”

Apesar de ser “rico como um próspero banqueiro”, aos 56 anos, morando na Prússia, “ele se acumpliciou com um traficante berlinense, um judeu, Hirsch, para montar um negócio de especulação ilegal. Nada era mais suspeito que seu associado e sua associação”.

Voltaire era anti-religioso, mas por muitas vezes fez-se passar por religioso e fingia estar recolhido em oração. Depois comentou: “É um muito bom estratagema de guerra ir junto aos inimigos para abastecer-se de artilharia contra eles”.

Voltaire era adúltero e incestuoso. Viveu 17 anos com uma mulher casada - Mme. de Chatelet - e chegou a dividir seu leito com outro concubino que ela arranjara, além do próprio marido. Ocorreu de estarem os quatro no mesmo castelo! Juntou-se também incestuosamente à própria sobrinha, viúva, Mme. Denis.

Voltaire era dominado pela soberba e pelo orgulho. Ele próprio se elogiava. Ademais não admitia criticas a suas obras, e quando as recebia entrava “em crise de furor”.
Quando assistia as representações de suas peças “ele saltava por vezes na cena e corria entre os atores. Em sua poltrona, ele exclamava, gemia, chorava enquanto agitava o lenço, e até desmaiava caído sobre seu assento”.

Desprezava o povo simples, ao qual chamava “a canalha”, queria que se “proibisse o estudo para os trabalhadores”, e dizia que “o maior serviço que se possa prestar ao gênero humano consiste em separar o povo tolo das pessoas de bem, para sempre”.

A MORTE DE UM IMPIO:

O médico que o viu morrer, Tronchin, escreveu: “Eu queria que todos os que foram seduzidos por seus livros fossem testemunhas de sua morte. Não é possível manter-se ante tal espetáculo... Pouco tempo antes de morrer entrou em agitações horríveis, gritando com furor: ‘Eu estou abandonado por Deus e pelos homens’. Mordia os dedos, e levando as mãos a um vaso noturno, tomando o que ali havia, ele o bebeu”.
Mme. Villete, dona da casa em que morreu Voltaire, contará mais tarde ao Pe. Depery que descreverá a seguinte cena: Voltaire “via o diabo nas cercanias da cama e gritava como um condenado: ‘ele está lá, ele quer me pegar, eu vejo o inferno’”.
No dia 30 de maio de 1778, às 11 horas, Voltaire estava com os olhos fechados quando “repentinamente lançou um grito atroz, terrível, interminável” e morreu. Todos ficaram aterrorizados.

(Seleta de trechos, originalmente publicado na revista "Catolicismo" numero 466 de outubro de 1989.)

sábado, 14 de janeiro de 2012

Os Ultramontanos e as Congregações Marianas


Na foto ao lado temos o grande Santo Inácio de Loyola, a quem Nossa Senhora apareceu e ditou o livro "Os Exercícios Espirituais". Santo Inácio foi o fundador da Companhia de Jesus: os jesuítas.

Para cada ordem religiosa Deus dá um dom especial. Não se pode negar que aos jesuítas foi dado uma grande inteligencia. As poesias escritas pelo Beato José de Anchieta, seu carinho apostolico com o Brasil é coisa para ser lembrada para todo o sempre.

Assim os jesuitas ensinavam nas escolas, nas universidades...
Para que a Revolução pudesse andar para frente, era preciso eliminar os jesuitas, e dar uma formação revolucionaria nas escolas. Assim foi o infeliz século posterior ao da Revolução Francesa.

A Revolução Francesa, não foi simplesmente uma revolução que queria derrubar a Monarquia, mas sim um movimento revolucionário que pretendia impor uma mudança de mentalidade com uma tremenda perseguição à Igreja Católica. Inúmeros são os fatos históricos narrando esses episódios tristes de perseguição aos Católicos; fatos esses que a própria Revolução procurou esconder nas escolas. No Blog “O Combate” (http://ograndecombate.blogspot.com/) pode se ler alguns desses episódios.

Depois da Revolução Francesa, como ficaram os católicos?

Relato aqui um pequeno trecho sobre “os católicos franceses do século XIX”, tendo a certeza de que levarei para todos que lerem esta postagem, uma admiração pelos ULTRAMONTANOS e pelos CONGREGADOS MARIANOS:

No primeiro capítulo de seu livro Des intérêts catholiques au dix-neuvième siècle, Montalembert, descrevendo a situação da Igreja em 1800, mostrava em toda parte ruínas e perseguições, e não vislumbrava nesse vasto naufrágio o menor sinal que justificasse a esperança de melhores dias para a Igreja de Nosso Senhor. Uma testemunha dessa época, Joseph de Maistre, respondia a uma carta do Marquês de *** com estas palavras: "O Sr. me pede para abrir o coração sobre uma das maiores questões que podem interessar hoje um homem sensato. Quer que eu exponha meu pensamento sobre o estado atual do Cristianismo na Europa. Poderia lhe responder em duas palavras: olhe e chore".

Realmente tudo parecia perdido. Depois de ter abatido um dos mais fortes e mais gloriosos tronos da Cristandade e aprisionado o Santo Padre, fonte e seiva da Civilização Católica, a Revolução, julgando ter realizado a primeira parte do seu programa, iniciava uma nova fase, na qual, sem os horrores dos tempos iniciais, espalhava suas idéias num mundo atemorizado, o qual buscava nessa pretensa conversão do monstro revolucionário o pretexto para não mais o combater. Por outro lado, as monarquias tradicionais, que deveriam liderar a reação, procuravam se amoldar aos novos princípios, numa ânsia insofrida de não perder seus tronos. Para agravar a calamidade, morto Pio VI em Valença, a Igreja entrava no novo século sem Pastor e com o Sacro Colégio disperso, impedido de voltar a Roma e enfrentando as maiores dificuldades para se reunir a fim de eleger o novo Pontífice.

Titubeantes e fracos no início da Revolução, sacrificando tudo quanto era humanamente possível para não enfrentá-la, os católicos, no entanto, haviam suportado o martírio com denodo quando a Revolução quis exigir mais do que eles poderiam conceder. Essa firmeza na defesa de seus princípios transformaria a fisionomia do século, que se iniciava com tão maus prognósticos. Um renascimento católico pujante seria o fruto dos sofrimentos e da bravura dos católicos da era da Revolução.

Assim ia-se no século XIX.
Esse reflorescimento católico foi universal, bastando lembrar os nomes de O Connell na Inglaterra, Balmes e Donoso Cortés na Espanha e Windhorst na Alemanha. Mas, como não poderia deixar de ser, foi a França o seu berço, e lá serão travadas, durante todo o curso de século XIX, as batalhas mais acesas entre a Igreja e a Revolução, batalhas essas seguidas com interesse por todo o mundo, e cujo resultado era ansiosamente esperado, pois indicaria o curso que seria seguido pela humanidade. Assim, estudando o movimento católico francês ter-se-á uma visão de conjunto do Catolicismo no século XIX.

Esse movimento teve por ponto de partida dois homens, dos quais um é justamente célebre e de renome universal, e o outro injustamente esquecido: Joseph de Maistre e o Pe. Bourdier Delpuits.

Justificando o velho ditado de que Deus escreve direito por linhas tortas, um dos grandes benefícios advindos indiretamente da Revolução, senão o maior, foi ter levado Joseph de Maistre a escrever os seus célebres livros. Senador da Savóia e vivendo num país organizado, sua existência transcorria serena quando arrebentou a Revolução. Obrigado a emigrar, o espetáculo de devastação que presenciou e sua larga visão do futuro levaram-no a tomar da pena para combatê-la, advertindo a humanidade dos perigos que correria se seguisse seus princípios e apontando o abismo em que fatalmente viria a cair com sua vitória. Daí os livros que o fizeram um clássico da literatura francesa, entre eles o célebre "Du Pape", que o transformou em líder das novas gerações católicas.

O livro "Du Pape", verdadeiro hino ao Papado, restabelece o seu verdadeiro lugar na História, os seus direitos e prerrogativas, e principalmente dá um impulso novo à doutrina da infalibilidade do soberano Pontífice, que o Concílio do Vaticano, em 1870, promulgaria dogma. Foi o livro que mais influiu nos católicos do século XIX. Daí por diante foram conhecidos por ultramontanos os que seguiam as suas idéias. Louis Veuillot, respondendo a "Le Siècle", que apontava o ultramontanismo como uma nova seita, podia dizer que católico e ultramontano eram palavras perfeitamente equivalentes, sendo uma sinônima da outra; pois, a não ser os galicanos, todos os católicos se declaravam ultramontanos.

O Pe. Bourdier Delpuits entrara muito jovem na Companhia de Jesus. Em 1762, quando esta fora expulsa da França, ainda não tinha ele pronunciado os últimos votos, o que lhe permitiu entrar no clero secular. Durante a Revolução, foi preso e exilado, mas voltou à França antes da queda de Robespierre, por julgar de seu dever exercer ali o sagrado ministério, apesar dos perigos que corriam os padres refratários. Preocupado com a situação dos jovens, e principalmente dos universitários, o Pe. Delpuits, aproveitando a liberdade que Napoleão concedera ao exercício do culto, fundou a 2 de fevereiro de 1801 a Congregação Mariana Santa Maria Auxilium Christianorum, conhecida na história da França simplesmente por "a congregação".

Foi essa Congregação Mariana que deu verdadeira formação religiosa à juventude que crescera sob a Revolução. Dela saíram os primeiros grandes nomes católicos neste século: o Duque Mathieu de Montmorency, o Cardeal Príncipe de Rohan e Félicité de Lamennais. Seus congregados eram incansáveis no serviço da Igreja. Quando Napoleão, depois de tentar subjugar a Igreja, entrou em luta aberta contra ela, foram os congregados que trouxeram a bula de excomunhão do imperador e a publicaram em Paris. No auge da luta, quando Napoleão prendeu o Papa e impediu a comunicação entre os cardeais, foram eles que, burlando a polícia mais bem organizada daquela época, serviram de mensageiros entre os membros do Sacro Colégio que estavam na França. A congregação foi a primeira a ser combatida pelos revolucionários, que no fim da restauração lhe moveram uma perseguição sistemática, até abatê-la, aproveitando-se da fraqueza de Carlos X. Mas, ao desaparecer, a semente já estava lançada: conversão numerosa se anunciava, e Lamennais já liderava um dos mais auspiciosos movimentos católicos que jamais apareceram na França.

Napoleão não se iludiu com a pseudo-derrota da Igreja no início do século, e tentou uma retirada dando-lhe aparente liberdade, mas tentando por todas as formas subordiná-la ao Estado. A Restauração mostrou-se incapaz de reconstruir a antiga monarquia francesa. Aproveitando-se de todas as instituições napoleônicas, tentou se amoldar às novas idéias e restaurar o absolutismo estatal em matéria religiosa. Toda a política eclesiástica de Luís XVIII e Carlos X visava ressuscitar o galicanismo. Se a França não se tornou um país galicano, isso se deve em grande parte a Félicité de Lamennais.

Lamennais aliava a uma inteligência genial um dom excepcional de proselitismo. Discípulo de Joseph de Maistre, reuniu em torno de si uma verdadeira plêiade de futuros grandes nomes do Catolicismo, formando-os e difundindo as idéias ultramontanas. Assim, vemos em La Chênaie, seu quartel general: D. Guéranger, o restaurador da liturgia romana; o Pe. Salinis, que seria cardeal e um dos primeiros jornalistas católicos; o Pe. Rohrbacher, o melhor historiador da Igreja no século XIX; o Pe. Gerbert, que Louis Veuillot considerava um dos mestres da literatura francesa; o Conde de Lacordaire, Montalembert e tantos outros, sem contar os trânsfugas como Lamartine e Victor Hugo.

Houve uma profunda perseguição nos meios estudantis, pois queriam formar alunos com uma mentalidade anti-católica, criando assim uma “nova geração” onde o catolicismo pudesse ser apagado da mente dos homens. E isso só seria possível se começasse o ensino da revolução nas escolas. Agora o perigo tornou-se demasiadamente perverso.

Não se tratava mais de conseguir licença para abrir escolas católicas, mas sim de combater o ensino universitário, mostrando quanto ele era contrário à doutrina católica.

Foi proibido ser professor e pertencer à congregação dos Jesuítas.

Desde a sua fundação os jesuítas foram combatidos pelos inimigos da Igreja, e as calúnias que contra eles se levantavam sempre encontravam eco em certos católicos de má vontade. A corrente de pensamentos liberais era no sentido de expulsar todos os jesuítas, e assim aconteceu. Os jesuítas foram brutalmente perseguidos e afastados das escolas proibindo que qualquer pessoa que tivesse alguma afinidade com os jesuítas fosse professor.

(Fonte: Ultramontanos séc XIX, Os Católicos Franceses do Século XIX - Parte 1 - Bertrand de Poulengi – publicado na Revista Catolicismo - Janeiro de 1951)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Prússia - uma saudade

Sei que a explicação para muitos é desnecessária, mas para quem ainda não sabe ou não lembra, esta é uma marcha militar, composta na Prússia em 1889, chama-se "Alte Kameraden" cuja tradução significa "Velhos Camaradas".

É tradicionalmente utilizada nas bandas das universidades americanas e européias e também nas Academias Militares e Forças Armadas de todo o mundo.

É uma pérola de execução, de fazer arrepiar.

No final do vídeo, o maestro André Rieu explica - em alemão - que convocou os músicos de sopro da cidade para participarem da peça, imaginando que apareceriam uns 50, no entanto se apresentaram 400.

Vale a pena relaxar e aumentar o volume.

http://www.youtube.com/watch_popup?v=gpIIqUt6L6U&vq=medium

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Catecismo Anticomunista


Catecismo Anticomunista

Dom Geraldo de Proença Sigaud

I. O QUE É O COMUNISMO E O QUE ELE ENSINA

1 Que é o comunismo?
O comunismo e uma seita internacional, que segue a doutrina de Karl Marx, e trabalha para destruir a sociedade humana baseada na, lei de Deus e no Evangelho, bem como para instau­rar o reino de Satanás neste mundo, implantando um Estado ímpio e revolucionário, e organizando a vida dos homens de sorte que se esqueçam de Deus e da eternidade.

2 Qual é a doutrina que a seita comunista ensina?
A seita comunista ensina a doutrina do mais completo materialismo.

3 Que ensina o materialismo comunista a, respeito de Deus?
O materialismo comunista ensina que Deus não existe, e que só existe a matéria.

4 Contenta-se a seita comunista em ensi­nar que não há Deus e que só existe a matéria?
A seita comunista dá grande importância a um materialismo pratico, em que o homem cogita se Deus existe ou não, mas procede, pensa e organiza sua vida sem se incomodar com Deus nem se lembrar dEle. Assim; aos poucos chega também ao materialismo teórico.
O comunista verdadeiro é materialista teórico e prático, para poder levar seus prosélitos ao caminho aludido.

5 Que pensa a seita comunista a respeito da alma?
Para a seita comunista o homem é só matéria, e a alma não existe.

6 Que pensa a seita comunista a respeito da eternidade?
Para a seita comunista o homem desaparece totalmente após a morte. Não há Céu nem inferno, não há felicidade nem castigo depois desta vida.

7 Que pensa a seita comunista a respeito da natureza humana?
Para a seita comunista o homem é um simples animal; embora mais evoluído do que o boi e o macaco, não passa de animal.

8 Qual e a primeira conseqüência prática desta doutrina?
A primeira conseqüência prática deste materialismo é que o homem deve procurar sua felicidade somente nesta terra, e no gozo dos prazeres que a vida terrena oferece.

9 O homem, segundo pendi de Deus e da sua lei?
Não. Uma vez que só há mataria, o homem não depende de Deus, que não existe; ele é supremo senhor de si mesmo.

II. ATITUDES DO COMUNISMO PERANTE A RELIGIÃO

10 A seita comunista dá importância à Religião?
Embora negue a existência de Deus, e afirme que a Religião é coisa quimérica, o comu­nismo dá grande importância ao fato de que existe Religião no mundo, porque vê nela o seu maior inimigo. Lenine a chama de “ópio do povo”.

11 Por que a Religião é inimiga do comunismo?
A verdadeira Religião, que é a Religião Católica, é inimiga mortal do comunismo, porque ensina exatamente o contrario do que ele ensina, e inspira os fieis a preferirem a morte às doutrinas e ao regime comunista.

12 Que faz o comunismo com a Religião?
Com a Religião Católica a luta do comu­nismo é de morte: só poderia cessar se chegasse a destruir em todo o mundo a Igreja verdadeira (o que e impossível). Quanto às outras religiões, a seita usa de duas táticas: quando sente que uma delas é um empecilho para a sua vitoria, ataca-a; mas se vem a perceber que se pode servir de alguma religião para se propagar, ou mesmo pala matá-la, então a tolera e até favorece na aparência, para a destruir mais radicalmente.

13 Para conquistar o poder, que faz a seita comunista com referência à Igreja Católica?
Para conquistar o poder, a seita comu­nista procede da seguinte maneira com relação à Igreja Católica:
a) Procura persuadir os católicos de que não há oposição entre os objetivos da seita e a doutrina da Igreja. Procura até apresentar as idéias comunistas como a realização da doutrina do Evangelho.
b) Procura criar urna corrente intitulada de “católicos progressistas”, “católicos socialistas” ou “católicos comunistas”, para desorientar e desunir os católicos.
c) Procura atirar as organizações católicas contra os outros adversários naturais do comunismo, como os proprietários, os militares, as autoridades constituídas, para dividir e destruir os que se opõem a conquista do poder pelo Partido Comunista.
d) Favorece as modas e costumes imorais para minar a família e portanto a civilização cristã da qual a família é viga mestra.
e) Mantém nas nações cristãs a sociedade em constante agitação, fomentando antagonismo entre as classes, as regiões do mesmo pais, etc.

14 Depois de conquistado o poder, que faz a seita • comunista com a Igreja Católica?
Sua tática com a Igreja Católica, depois de conquistado o poder, varia de acordo com as circunstâncias. Mas os passos da luta em geral são os seguintes:
a) envolver os católicos nos movimentos promovidos pelo Partido Comunista;
b) afastar os Bispos, Sacerdotes e Religiosos que resistem; se preciso, matá-los;
c) liquidar os líderes católicos;
d) separar a Igreja do país, da obediência ao Santo Padre.

15 Pode um católico colaborar com os movimentos comunistas?
A coisa que os comunistas mais desejam é que os católicos colaborem com eles. Quem começar a colaborar, terminará comunista. “Cola­borou? Morreu!”

16 Se o comunismo ensinasse que Deus existe, e tolerasse a Religião, os católicos poderiam ser comunistas?
No dia em que o comunismo admitisse que Deus existe, e que ele é Senhor nosso, já não seria propriamente comunismo.

III. PONTOS BÁSICOS DA DIVERGENCIA ENTRE COMUNISMO E CATOLICISMO

17 Então a divergência entre a seita comunista e o Catolicismo se verifica só no campo religioso?
Não. Além do campo religioso, há mui­tos outros campos em que as divergências entre a seita comunista e o Catolicismo são irredutíveis.

18 Em que outros pontos fundamentais existe esta divergência radical?
Esta divergência existe em todos os pon­tos. Mas ela é mais fundamental em relação à verdade e a moral, a família, a propriedade e a desigualdade social.

19 Que ensina o comunismo a respeito da verdade?
Ensina a Igreja que Deus criou o mundo e criou a alma humana, que é inteligente. A alma conhece a verdade das coisas. Ela afirma que urna coisa é idêntica a si mesma, dizendo o que é, é; o que não é, não é.
O comunismo ensina que não há verdade. Uma coisa pode ser e não ser, ao mesmo tempo. Uma coisa é ela e o contrário dela.

20 Então o comunismo não admite a verdade?
Não. Para o comunista não interessa que uma afirmação corresponda à realidade ou não.
Para ele, “verdade” é o que ajuda a fazer a Revolução. A mesma afirmação pode ser hoje e amanhã, sucessivamente, “verdade” e “mentira”, de acordo com a conveniência do Partido. As­sim, houve tempo em que Stalin era um herói para a seita comunista. Hoje é um bandido declarado.
Não há verdade objetiva.

21 Que outra grande divergência existe entre o comunismo e o Catolicismo?
O Catolicismo ensina que Deus é absolu­tamente santo. E por isto, as ações humanas que estão de acordo com Deus são boas; e as que vão contra a ordem que Ele estabeleceu são más.
O comunismo, – que é materialista, ensina que não existe moral. Quando uma ação e útil ao Partido, é boa; quando prejudica o Partido, e má.

22 Dê um exemplo.
Para o católico as boas relações dos fi­lhos com os pais constituem um bem.
Para o comunista, essas boas relações podem ser um bem, e podem ser um mal. Se os pais se opõem à Revolução, o filho deve odiá-los, denun­ciá-los, e, se for preciso, depor nos processos contra eles e até matá-los. Se os pais trabalham para a Revolução, o filho deve mostrar-lhes amor e colaborar com eles.

23 Poderia dar outro exemplo?
Outro exemplo seria o seguinte. Se o Brasil entrar em guerra contra a Rússia, o comu­nismo ensina que os brasileiros deverão trair sua Pátria, trabalhar para que os nossos soldados sejam derrotados e o Brasil dominado pelos soviéticos.
Mas, se por desgraça o Brasil passar a aliado da Rússia, os brasileiros deverão mudar de orien­tação e lutar pela vitória do Brasil.
Em resumo: é bom o que ajuda a Revolução, é mau o que a combate ou prejudica.

24 o comunismo ensina a respeitar as famílias?
Como o homem é um animal, a família vale tanto como um casal de bichos. Por isto o comunismo ensina a dissolver as famílias, a violentar as mulheres dos povos que não são comunistas, e a respeitar as “famílias” dos que o são.

25 Que aconteceria às nossas famílias católicas se o comunismo dominasse o Brasil?
Os pais que resistissem à profanação do seu lar poderiam ser mortos; as filhas e esposas ficariam expostas à violação; as famílias perderiam suas propriedades e seriam arruinadas e destruídas.

26 O comunismo acha que o Direito é sagrado?
Como não admite a existência de Deus nem da alma, o comunismo não reconhece a digni­dade do homem e nega que o Direito exista. Somente reconhece a força.

27 Pode dar um exemplo?
Se eu der um osso a um cão, este não adquire um direito ao osso. Posso lhe tirar o osso sem ferir nenhum direito. A razão é a seguinte: não tendo alma, o cão não é uma pessoa. Não sendo pessoa, não tem direito. Uma vez que para o comunismo o homem não é pessoa, e sim ani­mal, ele não tem direito. O Estado lhe dá o que quiser, e quando quiser lhe tira. O homem é menos que um escravo; é uma rês.

28 Qual é a definição do homem?
Para o católico: o homem é um animal racional, dotado de personalidade e de direitos.
Para o comunista: o homem é um animal trabalhador.

IV. A ESSÊNCIA DO HOMEM É SER TRABALHADOR

29 Qual é o papel do trabalho na vida?

Para o católico; o trabalho é meio de conseguir certos recursos que possibilitam ao ho­mem gozar dos bens que Deus criou para ele. O trabalho existe para o homem.
Segundo o comunismo, o homem existe para o trabalho. O trabalho é o fim da vida.

30 Se o homem é um animal trabalhador, deve ele trabalhar sempre?
Para a seita comunista quem não trabalha não é homem. Quanto mais o homem trabalha; mais homem é. Assim, ele pode mudar a sua própria natureza, vivendo somente para o trabalho.

31 Então o homem não tem uma natu­reza estável, que Deus lhe deu?
Segundo a doutrina católica, tem. Deus constituiu a natureza humana imutável. Para o comunista, uma lei universal levou a matéria até a forma humana. Esta forma está em evolução. É o homem que dá a si mesmo a sua natureza, mediante o trabalho. O homem é o criador de si próprio.

32 Quem deve, então, ser adorado?
Para o católico, Deus deve ser adorado, porque é o Criador do céu e da terra.
O comunista recusa adoração a Deus. Em vez de adorar ao Criador, ele adora o Estado co­munista e totalitário.

V. A REVOLUÇÃO E A CRISTANDADE

33 Qual é para o comunismo o critério supremo da verdade, da moral e do direito?
O critério supremo da verdade, da moral e do direito é para o comunismo a ação revolucionária.
Assim como para o católico o fim supremo é a vida eterna, para o comunista o fim supremo da vida é a Revolução.

34 Que e a Revolução?
Revolução, com maiúscula, é a rejeição de Deus, de Cristo, da Igreja, e de tudo o que deles provém, é a organização da vida humana somente segundo a razão humana e as paixões humanas. Seu ideal é a Cidade do homem sem Deus, oposta à Cristandade e à ordem natural, que é a Cidade de Deus.

35 Que é a Cristandade?
Cristandade é a sociedade temporal organizada segundo Deus, isto é, de acordo com o direito natural e a palavra de Deus, revelada por Jesus Cristo, transmitida, interpretada e aplicada à vida pela Igreja Católica.

36 Quais são os fundamentos da Cristandade?
Os fundamentos da Cristandade são dois: o direito natural e a Revelação, trazida por Jesus Cristo e transmitida pela Igreja Católica.

VI. VIRTUDES QUE FUNDAMENTAM A CRISTANDADE E PAIXÕES QUE MOVEM A REVOLUÇÃO

37 Sobre que virtudes se baseia a Cris­tandade?
A Cristandade se baseia principalmente sobre as seguintes virtudes: a fé, a castidade e a humildade.

38 Que paixões desordenadas são a mola da Revolução?
O orgulho, que rejeita a fé; a sensualidade que rejeita a castidade; a soberba, que rejeita a humildade, são as molas principais da Revolução.

39 Quais são as conseqüências destas paixões?
Do orgulho, que rejeita a fé, nasce a negação da vida eterna como fim da existência terrena, bem como a negação de Deus, e de Cristo como Senhor do homem.
Da sensualidade, que rejeita a castidade, nas­ce o desejo de gozar esta vida de todas as formas, e em conseqüência ela conduz ao desprezo e a dissolução da família.
E da soberba, que rejeita a humildade, nasce a revolta contra a autoridade divina e humana, e contra todas as limitações que o homem pode sofrer. De modo especial ela conduz ao igualitarismo, isto é, ao ideal comunista de uma sociedade sem classes.

40 Que se entende ai por classe social?
Classe social e um conjunto de pessoas — e suas respectivas famílias — cujas funções na sociedade são diversas, porém iguais em dignidade. Exemplo: advogados, médicos, engenheiros, fazen­deiros, oficiais das Forças Armadas, apesar da diversidade de suas funções, constituem com suas famílias uma mesma classe social. — Todas as classes sociais são dignas, mas não iguais em dignidade. Por exemplo: o trabalho manual é digno e foi até exercido pelo Verbo Encarnado; todavia, a dignidade do trabalho intelectual é intrinsecamente maior: o espírito é mais do que a matéria.

41 A que titulo a família faz parte da classe social?
De acordo com a lei natural e a doutrina da Igreja, a família participa de algum modo, não só do patrimônio, como da dignidade, honra e consideração de seu chefe, com o qual forma um só todo e a cuja classe social pertence. Sendo inerente à família a transmissão aos filhos, não só do patrimônio dos pais, como também, de certo modo, da honra e consideração que se prende ao nome paterno, a presença da família na classe so­cial dá a esta um certo caráter de continuidade hereditária.

42 Então uma pessoa não pode passar pare uma classe a que não pertence a sua família?
Pode. Não se deve confundir classe so­cial com casta. No regime pagão das castas existe entre estas uma barreira intransponível. Cada pes­soa pertence necessariamente, por toda a vida, à casta em que nasceu. Isto, quaisquer que sejam suas ações, boas ou más. Na civilização cristã, não há castas impermeáveis, mas classes sociais permeáveis. Ou seja, a pessoa pertence à classe em que nasceu, mas pode elevar-se a outra se tiver um mérito saliente. Bem como pode decair, em razão de seu mau procedimento. Assim, o princípio da hereditariedade se harmoniza com o postulado da justiça.
O comunismo, ao invés, quer uma sociedade sem classes, em que todos sejam iguais, no que contraria o princípio natural da hereditariedade e as exigências da justiça.

VII. O PROLETÁRIO É O ÚNICO HOMEM IDEAL, SEGUNDO O COMUNISMO

43 Se não há Direito, como pode, segun­do os comunistas, existir a sociedade?
A sociedade, segundo os comunistas, exis­tirá sem Direito: existirá pela força.

44 Em mãos de quem ficará a força na sociedade?
Aqueles que representam o homem mais perfeito hão de ter em suas mãos a força na sociedade.

45 Quem representa o homem mais per­feito, de acordo com o comunismo?
Segundo o comunismo, os proletários não tem nenhuma raiz que os prenda ao passado ou a sociedade presente, e portanto são os homens mais livres de limitações; são eles que, unidos, constituem a maior força revolucionaria. Para a seita comunista o proletário é, pois, o homem mais perfeito. De fato, em sua mentalidade não existem os “entraves” e as “degenerescências” que ligam as outras classes à ordem social vigente.
Por isso mesmo, a seita o considera como o instru­mento ideal da Revolução.

46 Que devem fazer os proletários, de acordo com o comunismo?
De acordo com o comunismo, os proletários devem mover guerra às outras classes, e im­plantar a ditadura do proletariado, que pela violência extermine a Igreja, o Clero, os nobres, os ricos, os proprietários, os que se realçam pela inteligência, todos os homens independentes, e assim destrua tudo o que se opõe á Revolução.

VIII. A LUTA DE CLASSES

47 Como se chama esta oposição entre os proletários e os demais cidadãos?
Esta oposição se chama luta de classes.

48 Esta luta durará muito?
Para os comunistas, esta luta não termi­nará senão quando no mundo inteiro só houver a classe dos proletários, isto é, dos trabalhadores que não têm nada de próprio.

IX. A PROPRIEDADE, A VIDA HUMANA E A ESCRAVIDÃO DO OPERARIADO

49 O indivíduo, no regime comunista, não pode possuir nada?
No regime comunista o indivíduo não é dono de nada. Tudo é do Estado.

50 O comunismo não admite por vezes o direito de propriedade?
Quando está no poder, o comunismo às vezes concede o uso de algum imóvel a um ou outro trabalhador. Mas não reconhece o direito de propriedade, pois pode tomar tudo a todos, quando quiser. O homem, no regime comunista, não tem sequer direito ao fruto do seu trabalho.

51 No regime comunista ninguém é, en­tão, dono de nada?
No regime comunista ninguém é dono de nada: nem do dinheiro, nem da fábrica, nem do campo, nem da casa, nem da profissão, nem de si mesmo. Tudo é do Estado, tudo depende do Estado.

52 Então o regime comunista é de escravidão?
O regime comunista estabelece a mais completa escravidão, pois não reconhece ao ho­mem nenhum direito.

53 O comunismo respeita a vida humana?
Não. Uma vez que o homem não passa de animal, o comunismo trata a vida humana como nós tratamos a dos bois. Se fôr preciso, mata-se. Assim, para dominar a Rússia foi preciso assassi­nar cerca de 20 milhões de russos, ou fuzilando-os, ou deixando-os morrer de fome. Nos campos de concentração da União Soviética, ao tempo de Stalin, calcula-se que havia 16 milhões de homens e mulheres de todas as categorias, padres, intelectuais, operários, que trabalhavam como escravos e acabaram morrendo de miséria. Para conquistar o poder, os comunistas chineses assassi­naram vários milhões de pessoas. Para dominar os católicos da Espanha, as milícias bolchevistas mataram onze Bispos e 16.852 Sacerdotes e Religiosos, bem como muitos milhares de pais de família.

54 No regime comunista, o operário pode se queixar, fazer greve, trocar de serviço?
Não. O Partido marca onde o operário deve trabalhar. Neste trabalho ele deve produ­zir o máximo. Não pode reclamar, e nem é bom pensar em greve, porque quem pensar vai para o degredo na Sibéria, para um campo de concentra­ção ou para a forca. No regime comunista o operário não tem direito algum.

55 Os comunistas mantêm sempre os operários na miséria?
Até hoje a situação material dos operários em todos os países comunistas é em geral miserável. Todavia, a Rússia promete que no ano 2000 os trabalhadores russos terão a mesma situa­ção que têm atualmente os seus colegas ocidentais. O comunismo não se interessa pelo bem-estar dos operários senão enquanto ele é útil para a Revolução, por isso, se os operários, obtido o bem-estar, começam a desobedecer, volta de novo a miséria. O comunismo trata os trabalhadores como reses, ou como escravos. O senhor de es­cravos dava-lhes comida porque lhe interessava que eles fossem fortes e sadios, para poderem trabalhar. Mas, se em dado momento parecer ne­cessário às autoridades comunistas reduzir gravemente o padrão de vida da classe trabalhadora, em favor do desenvolvimento das industrias do Estado ou do seu poderio militar, fá-lo-ão sem hesitação, pois para elas o operário é escravo e o escravo não tem direito.

56 Nos países não comunistas, o comu­nismo quer melhorar a situação dos operários?
Não. Nos países não comunistas o comunismo quer que os operários fiquem tão miseráveis, que cheguem ao desespero, e assim provoquem greves e desordens, as quais os comunistas apro­veitarão para derrubar o governo legítimo e im­plantar a sua ditadura.

57 Nos países dominados pelos comunis­tas não há diferenças de riqueza e de classe social?
O comunismo promete abolir as diferenças de riqueza e de classe. Mas isto é contra a natu­reza humana. Destruindo a moral e o direito, o comunismo favorece um grupo de dirigentes e de membros do Partido, que dispõem de grandes ri­quezas e vivem com fartura e luxo em casas sun­tuosas, enquanto o operário em geral passa privações, e obrigado a trabalhar onde o Partido manda, tem para morar somente um quarto, onde se amon­toam os pais, os filhos e todos os membros da família, sem cozinha, nem banheiro próprios. A diferença entre os que mandam e os outros é mui­to maior que entre os capitalistas e os operários.

X. O PAPEL DE SATANÁS

58 Quem inventou este regime?
Quem inventou este regime foi Satanás, que sabe que o melhor meio de levar os homens à perdição eterna e fazê-los rebelarem-se contra a ordem constituída por Deus.

59 Como que Satanás consegue adeptos para este regime?
Prometendo aos homens o paraíso na terra se eles renunciarem a Deus e ao Céu, Satanás con­segue enganá-los como o fez a nossos primeiros pais, e o resultado é o inferno na terra e na eter­nidade.

XI. A VIOLÊNCIA E A LIBERDADE

60 Como se implanta o regime comunista?
O regime comunista é implantado, em ge­ral, pela violência. Os comunistas procuram che­gar ao poder de qualquer modo: por eleições, por pressão de tropas estrangeiras, por golpes arma­dos. Uma vez no poder, destroem toda oposição, e implantam a ditadura, em nome do proletariado.

61 Então são os operários que passam a mandar?
Não. Os operários não mandam. Eles passam a situação de escravos, trabalham onde o governo os manda trabalhar, não podem se afastar dali; recebem o salário que o governo quer e, se reclamam, podem até ser fuzilados.

62 O comunismo admite direito, à greve?
Nos países que quer dominar, o comunis­mo exige que a lei estabeleça o direito de greve; e organiza paredes para desmantelar a economia nacional. Mas, uma vez dominado o país, não to­lera a greve em nenhuma hipótese, e sujeita o operário à mais tirânica escravidão

63 É somente pela violência que o comunismo é implantado?
Em geral o comunismo é implantado pela violência; mas ele é preparado por muitas atitudes dos cristãos.

XII. O MATERIALISMO DO OCIDENTE PREPARA O CAMINHO DO COMUNISMO

64 Que atitudes dos cristãos preparam a vitória do comunismo?
Como o comunismo nasce do materialismo, da sensualidade e do orgulho, o materialismo prático dos cristãos que vivem como se não houvesse a eternidade cria o caldo de cultura em que o bacilo comunista prolifera.

65 Dê alguns exemplos destes materialistas práticos.
Posso dar os seguintes exemplos: quem só se preocupa com ganhar dinheiro; quem pro­cura gozar dos prazeres da vida, embora lícitos, sem se interessar pela prática da oração e da peni­tência; quem se entrega ao jogo; quem freqüenta lugares suspeitos; quem se veste com sensualidade, sem modéstia; quem dança as danças modernas; quem lê revistas obscenas ou sensuais; os freqüen­tadores do cinema e da televisão imorais; quem se desinteressa pela graça santificante, pecando como se não houvesse pecado.

XIII. A IGREJA E OS OPERARIOS

66 Que tem feito a Igreja pelos pobres e operários?
A Igreja, ao longo da Historia, aboliu a escravatura, defendeu os fracos e pobres, ensinou os ricos e poderosos a amparar os humildes, difun­diu a justiça e a caridade. Organizou os trabalha­dores em grandes sociedades chamadas corporações, que cuidavam de sua formação técnica, de sua prosperidade material, do bem espiritual deles e de sua família, lhes davam assistência na doença e cuidavam dos seus filhos em caso de morte. Estas associações sofreram um golpe de morte com a Revolução Francesa, mas duraram em muitos países até as agitações do ano de 1848; na Alemanha elas ainda existem.

67 Depois de 1848 a Igreja não fez mais fada pelos operários?
O individualismo introduzido pela Revolução Francesa destruiu as corporações católicas e deixou os operários entregues à própria sorte. Então a Igreja empreendeu um grande trabalho em favor deles, simultaneamente em três pontos.

68 Qual foi a primeira frente que a Igreja atacou?
A Igreja Católica procurou, de início, principalmente minorar a miséria das pessoas. Para este fim multiplicou as Santas Casas, os orfanatos, asilos para velhos, Oratórios festivos, creches, e obras de assistência social. Assim é que, para dar um exemplo, no Estado de São Paulo, atualmente, de cada cem instituições de caridade ou de assistência, oitenta são mantidas pela Igreja Católica. Os comunistas não mantêm nenhuma. As vinte restantes pertencem a outras igrejas, às organizações leigas e ao Poder público. Nos outros Estados do Brasil, a proporção de obras mantidas pela Igreja é ainda maior. E note-se que as instituições de caridade e assistência mantidas e dirigidas pela Igreja funcionam admiravelmente. Basta ver um hospital dirigido por Religiosas.

69 Qual foi a segunda frente que a Igreja atacou?
Enquanto fundava e organizava instituições de caridade e de assistência, a Igreja lutava para corrigir os defeitos da sociedade que geravam tanta miséria. Desde o Papa Pio IX, e principalmente no pontificado de Leão XIII, Ela insistiu com os ricos, os patrões, o Estado e os trabalhadores para que se lembrassem da ordem social que Deus quer e Jesus Cristo fundou, e se aplicassem a melhorar as condições de vida do operário. Os Papas ensinaram que o trabalho não é mercadoria, e que o homem que trabalha tem direito a um salário nas seguintes condições: a) que lhe permita viver com dignidade; b) que dê para criar e educar os filhos; c) que possibilite ao trabalhador diligente e econômico formar um pecúlio que melhore a sua situação e lhe garanta o futuro.

70 Os ensinamentos dos Papas tiveram resultado?
Os ensinamentos dos Papas já modificaram completamente, em muitos países, a mentalidade dos patrões e dos operários, e melhoraram felizmente as condições destes últimos. Mas a Igreja continua a insistir, e o atual Pontífice, Sua Santidade o Papa João XXIII, publicou há pouco a Encíclica “Mater et Magistra”, em que ensina mais uma vez como os patrões devem tratar os trabalhadores, para que haja justiça, caridade e paz.

71 Qual foi a terceira frente em que a Igreja empreendeu o grande trabalho em favor dos operários?
A Igreja, enquanto atendia as misérias mais gritantes e imediatas, e ensinava aos patrões e operários como devia ser as suas relações de acordo com a justiça e a caridade, promovia a organização destes e daqueles em associações, que se chamam corporações, círculos operários, etc. Estas organizações formam nos vários países grandes confederações, como na França a Confederação dos Trabalhadores Cristãos, na Itália a Asso­ciação Católica dos Trabalhadores Italianos, no Brasil a Confederação dos Círculos Operários, etc.

72 Em que mais os Papas insistiram?
Os Papas insistiram em que os operários se unam, para juntos defenderem os seus direitos, respeitando, porém, os direitos dos patrões. Os Papas aconselham a estes que, na medida do possível, melhorem o salário e as condições dos trabalhadores, dando-lhes mais do que o estritamente justo.

73 Quais os Papas que mais se salientaram , na ação em favor dos direitos do operário, e da justiça e harmonia entre as classes sociais?
Todos os Papas se têm desvelado pela melhora da dura situação que começou para os operários com a Revolução Francesa. De um modo especial devem-se mencionar os seguintes Pontífi­ces: Leão XIII, autor da Encíclica “Rerum Novarum”; Pio XI, autor da Encíclica “Quadragesimo Anno”; João XXIII, autor da Encíclica “Mater et Magistra”.

74 Que Papas se salientaram na luta contra o comunismo?
Todos os Papas, de Pio IX a João XXIII, tem condenado o comunismo. A Encíclica “Divini Redemptoris” de Pio XI trata especialmente do assunto, com grande, clareza e vigor. Durante o pontificado de Pio XII, a Suprema Sagrada Congregação do Santo Ofício fulminou com a pena de excomunhão quem pertence ao Partido Comu­nista ou colabora com ele.

75 Quais as conseqüências práticas desta excomunhão?
Os membros do Partido Comunista e os que com ele colaboram não podem receber os Sacramentos nem ser padrinhos de batismo, confir­mação e casamento, ficam privados de enterro reli­gioso e sepultura eclesiástica, e não se pode cele­brar em público: missa em sufrágio de suas almas.

76 Os comunistas têm direito de divulgar suas doutrinas, de viva voz, ou pela imprensa, rádio e outros meios de propaganda?
Não. Segundo a doutrina católica o erro não tem direito de ser difundido. Cumpre ao Poder Público proibir-lhe a propaganda.

XIV. O SOCIALISMO

77 Haverá outro meio de preparar os homens para o comunismo?
Outro meio de preparar os homens para o comunismo é o socialismo.

78 Que vem a ser o socialismo?
O socialismo é o sistema que professa que todos os meios de produção, de transporte, o ensino, a assistência, toda a propriedade, devem per­tencer ao Estado.

79 Para o socialismo, qual é o papel do individuo?
Para o socialismo o individuo é meio e não fim da sociedade. Por isto o Estado deve se ocupar de tudo, e cuidar do indivíduo em todos os setores, deixando a este somente aquilo que o Estado mesmo não pode fazer.

80 Neste caso, o socialismo é o mesmo que o comunismo?
Não. O fim de um e outro é o mes­mo o estabelecimento de uma sociedade sem classes, a abolição da propriedade privada e da inicia­tiva privada, e a entrega ao Estado de todos os meios de produção. A diferença está em que o socialismo procura alcançar estes objetivos com meios brandos, usando da propaganda doutrinária e das eleições, enquanto que o comunismo prefere recorrer à violência. Os meios são diferentes, mas o fim é o mesmo. O socialismo é como uma rampa pela qual o mundo desliza suavemente da ordem natural e divina para o comunismo.

81 Há formas moderadas de socialismo?
Há formas moderadas de socialismo. Tais formas existem sempre que se exagera, em medida maior ou menor, a ação do Estado, em detri­mento da iniciativa individual ou da propriedade privada.

82 Pode o católico ser socialista?
O católico não pode ser socialista, porque o socialismo contradiz a doutrina da Igreja, que estabelece o seguinte princípio: o Estado existe para realizar as tarefas de bem comum de que nem os indivíduos, nem as famílias, nem as socie­dades intermediárias são capazes por si mesmos. Este princípio defendido pela Santa Igreja, e de modo especial pelo Santo Padre João XXIII na Encíclica “Mater et Magistra”, chama-se o “prin­cípio da subsidiariedade”.

83 Que dizem os Papas sobre o socialismo moderado?
Os Papas dizem que, consistindo o socialismo, ainda que moderado, no exagero da ação estatal, é sempre condenado, porque incompatível com a justiça e a ordem natural estabelecida por Deus.
Por isto disse Pio XI que o socialismo — mesmo quando moderado — “não pode conci­liar-se com a doutrina católica” (Encíclica “Qua­dragesimo Anno”).

84 Que dizer então do chamado “socia­lismo cristão” ou “católico”?
O chamado “socialismo cristão” ou “socialismo católico” e uma aberração tão grande como se alguém falasse de um protestantismo católico ou de um círculo quadrado.

XV. A CONQUISTA DO POVO — AS ELITES E A MASSA

85 Qual a técnica que o comunismo usa para conquistar as elites?
A técnica usada pelo comunismo para conquistar as elites consiste em promover o convívio e a colaboração delas com núcleos da seita. Os comunistas aos poucos as vão levando a pen­sar à maneira materialista. Levam-nas primeiro a agir como materialistas, para terminarem pensando como materialistas.
Os comunistas usam também um processo de mudança da maneira de pensar, em geral sem dis­cutir, que denominam de “lavagem cerebral”.

86 Que meios usa o comunismo para conquistar as massas?
Os grandes meios utilizados pelos comu­nistas para conquistar as massas são a revolta e as promessas. Pela revolta, o comunismo açula a classe operária contra os ricos. Pelas promessas desperta nos corações a inveja e a cobiça. Para conquistar as inteligências do povo usa da propa­ganda, menos para convencer do que para saturar os cérebros com as idéias que convêm ao Partido, e tirar as que lhe são contrárias. Ao Partido não interessa se a propaganda diz verdades ou menti­ras: o que interessa é martelar até que a idéia pegue.

XVI. OS PONTOS MAIS VISADOS; A REFORMA AGRÁRIA

87 Quais são os pontos mais visados pela seita comunista em sua campanha para domi­nar um país?
Os pontos mais visados pela campanha comunista no primeiro período, que e o da des­truição da sociedade católica, são os seguintes: direito de propriedade, forças armadas, pátria, fa­mília, e sobretudo a Religião. Para quebrar todas as resistências, procura-se encher o povo de ódio contra tudo isto.

88 Que reformas o comunismo apregoa, para dominar um país?
Para dominar um país o comunismo apre­goa a necessidade de várias reformas. A primeira é a reforma agrária, depois vem a reforma ur­bana, a comercial e a industrial, todas elas de caráter mais ou menos acentuadamente expropria­tório e socialista.

89 Em que consiste a reforma agrária que os comunistas querem?
Os comunistas, tomando por pretexto a situação não raras vezes lamentável do trabalha­dor rural, e a conveniência de favorecer-lhe o aces­so à condição de proprietário, promovem o con­fisco das propriedades rurais grandes e médias. Desde que haja só propriedades pequenas, caem todas sob o controle absoluto do Estado.

90 De que maneira uma tal reforma agrária prepara a Revolução desejada pelo comunismo?
De tal reforma agrária o comunismo tira diversas vantagens:
a) ela destrói as elites rurais, coluna indispensável da ordem social;
b) cria uma grande desordem no campo, com lutas, violências, homicídios;
c) daí nasce uma grande penúria e grande fome no campo e na cidade;
d) assim se enfraquece a nação e se leva o povo ao desespero. Com isto as resistências anticomunistas ficam prejudicadas, e o Partido pode dar o golpe da Revolução.

91 A Igreja concorda com uma reforma agrária que viole o direito de propriedade?
A Igreja condena toda reforma agrária que não respeite como sagrado o direito da pro­priedade, seja do grande fazendeiro, como do pe­queno sitiante. Em ambos os casos este direito é sagrado.

92 Que reforma agraria a Igreja abençoa?
A Igreja abençoa uma reforma agrária que atenda aos seguintes pontos fundamentais:
a) respeito pela legítima propriedade, qual­quer que seja o seu tamanho;
b) fornecimento por parte do Estado, de assistência técnica, social e financeira ao lavrador;
c) colonização da imensa reserva de terras inaproveitadas da União, Estados e Municípios;
d) concessão de crédito aos grandes proprietários que queiram dividir e colonizar suas terras;
e) concessão de crédito a juros baixos e prazo longo, para os agricultores que queiram adquirir terras, montar suas fazendas ou sítios;
f) assistência religiosa e educacional aos homens do campo;
g) facilitar a formação de cooperativas agrícolas, livres, de iniciativa particular;
h) facilitar o armazenamento e transporte dos produtos da agricultura.

93 A Igreja proíbe a expropriação de uma gleba para fins sociais?
A Igreja admite a expropriação de uma gleba para fins sociais, mas com grandes cautelas:
a) é preciso que se trate de alcançar um bem comum proporcionadamente grande, ou de afastar um mal proporcionadamente grande;
b) é preciso que não haja outra solução que não seja dispor da gleba;
c) é necessário que se tenha antes tentado, sem êxito, a aquisição amigável do imóvel;
d) é necessário que o dono receba, no ato da desapropriação, e em dinheiro, o preço justo, correspondente ao valor real e atual do imóvel, seja esse valor grande ou pequeno.

94 Há casos especiais de desapropriação?
Sim. Por exemplo, se a finalidade da obra a ser executada em determinada gleba o exi­gir, o Estado poderá desapropriar, além desta, as glebas vizinhas, a fim de que a obra aproveite ao maior número de pessoas.

XVII. O IDEAL DO COMUNISMO: A SOCIEDADE SEM CLASSES; O IGUALITARISMO

95 Qual o ideal remoto da sociedade comunista?
A sociedade comunista ideal, diz a seita, será, depois dos horrores da ditadura do proleta­riado, uma sociedade sem classes nem proprietá­rios, onde todos serão iguais, todos trabalharão, cada qual segundo as suas forças, e cada um rece­berá da sociedade tudo o de que precisar. Será este o paraíso na terra.

96 Este ideal corresponde de Deus?
Este ideal á oposto à vontade aos planos de Deus em pontos essenciais:
a) Deus não quer que este mundo seja um paraíso, e sim um lugar em que ao lado de puras alegrias nós encontremos grandes sofrimentos, e assim, carregando a nossa cruz, nos santifiquemos. Nosso paraíso nos espera na outra vida.
b) Deus quer que cada indivíduo procure o seu bem-estar por seu esforço pessoal, amparado pelo Estado, mas não substituído por ele.
c) Deus quer que entre os homens haja de­sigualdades, as famílias formem classes distintas, umas mais altas que as outras, sem hostilidade re­cíproca, com caridade, e sem exagerada diferença: não deve haver alguns miseráveis, e outros exces­sivamente ricos.

97 Deus quer então que haja pobres e ricos, nobres e plebeus?
Está de acordo com os planos de Deus que existam pobres e ricos, gente humilde e gente importante, mas baseada toda esta hierarquia na justiça e na caridade.

98 Qual a ultima causa da desigualdade entre os homens?
A última causa da desigualdade entre os homens é a sua liberdade.
Dada a natural desigualdade de talentos e virtudes entre os homens, estes só podem ser mantidos num mesmo nível econômico diante uma ditadura de ferro, que suprima toda liberdade e toda iniciativa.

99 Como se chama a tendência que leva o homem a odiar as diferenças sociais, a querer uma sociedade sem classes?
A tendência que leva a querer que todos sejam iguais e a odiar as diferenças de classe cha­ma-se: igualitarismo.

100 Quais são os vícios que alimentam o igualitarismo?
Os vícios que alimentam o igualitarismo são:
a) a inveja, que não tolera que o próximo seja melhor, ou mais sábio, ou mais rico;
b) o orgulho, que não tolera ninguém aci­ma de nós;
c) a soberba, que não se conforma com os planos de Deus.

101 Que manda a justiça social?
A justiça social manda que o Estado providencie que cada família possa conseguir por seu trabalho o necessário para seu sustento, educação de seus filhos e formação de uma reserva para o futuro, de modo que haja o menor número possí­vel de miseráveis, e os ricos não sejam demasia­damente ricos. Assim a sociedade será como uma pirâmide: com pessoas que vivem só de seu tra­balho, pequenos proprietários, pessoas remediadas, ricos, e alguns muito ricos.

102 A justiça social manda que todos sejam iguais em fortuna e posição social?
Não. Que todos os indivíduos e famílias fossem iguais seria uma injustiça social, porque im­portaria na destruição da liberdade, da iniciativa privada e do direito dos filhos a herdar dos pais.

A boa sociedade católica e humana é desigual, hierarquizada.

sábado, 23 de julho de 2011

Todo Mundo e Ninguém


O texto abaixo é parte de uma peça maior, chamada AUTO DA LUSITÂNIA (no século XVI, chama-se auto ao drama ou comédia teatral), representada pela primeira vez em 1532. A obra é de autoria do criador do teatro português, Gil Vicente.

Entra Todo o Mundo, homem como rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que se lhe perdeu. E logo após ele um homem vestido como pobre; este se chama Ninguém, e diz Ninguém:

Ninguém: Que andas tu aí buscando?
Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar:
delas não posso achar, porém ando perfiando
por quão bom é perfiar.

Ninguém: Como hás nome, cavaleiro?
Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo
e meu tempo todo inteiro
sempre é buscar dinheiro
e sempre nisto me fundo.
Ninguém: Eu hei nome Ninguém, e busco a consciência.

Belzebu: Esta é boa experiência: Dinato, escreve isto bem.
Dinato: Que escreverei, companheiro?
Belzebu: Que ninguém busca consciência. e todo o mundo dinheiro.

Ninguém: E agora que buscas lá?
Todo o Mundo: Busco honra muito grande.
Ninguém: E eu virtude, que Deus mande
que tope com ela já.

Belzebu: Outra adição nos acude:
escreve logo aí, a fundo,
que busca honra todo o mundo
e ninguém busca virtude.

Ninguém: Buscas outro mor bem qu'esse?
Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse
tudo quanto eu fizesse.
Ninguém: E eu quem me repreendesse em cada cousa que errasse.

Belzebu: Escreve mais.
Dinato: Que tens sabido?
Belzebu: Que quer em extremo grado
todo o mundo ser louvado, e ninguém ser repreendido.

Ninguém: Buscas mais, amigo meu?
Todo o Mundo: Busco a vida a quem ma dê.
Ninguém: A vida não sei que é, a morte conheço eu.

Belzebu: Escreve lá outra sorte.
Dinato: Que sorte?
Belzebu: Muito garrida:
Todo o mundo busca a vida
e ninguém conhece a morte.

Todo o Mundo: E mais queria o paraíso, sem mo ninguém estorvar.
Ninguém: E eu ponho-me a pagar quanto devo para isso.

Belzebu: Escreve com muito aviso.
Dinato: Que escreverei?
Belzebu: Escreve que todo o mundo quer paraíso
e ninguém paga o que deve.

Todo o Mundo: Folgo muito d'enganar, e mentir nasceu comigo.
Ninguém: Eu sempre verdade digo
sem nunca me desviar.

Belzebu: Ora escreve lá, compadre,
não sejas tu preguiçoso.
Dinato: Quê?
Belzebu: Que todo o mundo é mentiroso,
E ninguém diz a verdade.

Ninguém: Que mais buscas?
Todo o Mundo: Lisonjear.
Ninguém: Eu sou todo desengano.

Belzebu: Escreve, ande lá, mano.
Dinato: Que me mandas assentar?
Belzebu: Põe aí mui declarado, não te fique no tinteiro:
Todo o mundo é lisonjeiro, e ninguém desenganado.

(Texto retirado do livro que pertencia ao meu pai quando era um menino: "Seleta - Português Prático - 4ª série - Marques da Cruz - ano de 1944)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Muito dinheiro


Deus jamais condenou as riquezas, mas o mau uso delas. O que acontece é que o dinheiro acaba corrompendo a pessoa que se deixa dominar pelos deleites da vida.

Já ouvi muitos dizerem que não precisam de Deus por que tem dinheiro e podem comprar tudo o que quiserem.

Também já vi pessoas muito ricas que se negavam à caridade cristã, deixando os que estavam sob sua guarda e proteção passarem sérias necessidades.

Também já vi casais brigarem por causa de dinheiro, e ao invés de se ajudarem mutuamente nas dificuldades preferem a discórdia.

Também já li noticias de corrupção e desvio de dinheiro.

Mas eu seria injusto de não falasse que também já vi caridade cristã também. Pessoas que ficaram em péssima situação financeira, mas foram ajudados pelos que eram mais poderosos.

Também já vi pessoas alimentando os pobres, e dando roupas quentes a quem tem frio.

Conheço pessoas que com seu dinheiro ajudaram a construir igrejas, e outras que construíram casas de perdição.

Conheci de perto a ambição ardente de certas pessoas... e conversei com avarentos...

Conheci algumas pessoas caridosas e que por amor ao próximo chegaram a partilhar o que nem podiam partilhar...

Assim vai o mundo....

Uma vez, conversando com um amigo muito sábio questionei: qual é a maior tentação que o homem pode ter?

A resposta foi imediata: o dinheiro.

Respondi: não seria o sexo?

Ele me respondeu que apesar do mundo estar encharcado até o pescoço do pecado contra o 6° mandamento, o dinheiro ainda continua sendo a pior tentação que um homem pode ter.

Muita gente não se vende pelo sexo, mas poderia entregar sua alma para ter dinheiro...

Termino aqui com uma citação do Apocalipse (capítulo 3, versículos 14-21):

Ao anjo da igreja de Laodicéia, escreve: Eis o que diz o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus.

Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente!
Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.

Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito - e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu.

Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico; roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro.

Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te.

Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo.Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.

domingo, 26 de junho de 2011

Deformação a que nossas crianças estão sujeitas nas escolas

Trechos do artigo escrito por J. Bettinck Carvalho

Satisfeitos por terem conseguido matricular os filhos nas últimas vagas de uma escola pública, ou porque o orçamento familiar permitiu que continuassem num colégio particular, muitos pais se despreocupam do assunto "estudos", sem ao menos se darem ao trabalho de correr os olhos nos livros que seus filhos estão utilizando.

O que está sendo ensinado a nossas crianças? Para responder a essa pergunta, compulsamos 83 livros didáticos adotados no presente ano nas escolas de 1º e de 2º graus em todo o País.

O resultado da pesquisa confirma as suspeitas, e pode deixar surpresos os leigos em assuntos educacionais: a maioria dos livros está eivada de doutrina marxista, e os de algumas matérias estão literalmente encharcados dela. As relações humanas, as questões religiosas, os acontecimentos históricos, o progresso da cultura, o desenvolvimento das línguas, etc., quase tudo é visto e interpretado segundo a ótica socialista. Tem-se a impressão de que, se fosse possível, introduziriam marxismo até nas fórmulas matemáticas...

A conclusão? É que o estratégico setor da edição de livros didáticos está dominado pela esquerda a mais retrógrada. Não conheço os empresários do ramo. Mas os livros editados são de autores que não escondem sua preferência pelo marxismo. A julgar pela quantidade de obras disponíveis e por sua apresentação refinada –– nada "3º Mundo"! –– o mercado de livros didáticos é altamente lucrativo, no melhor estilo capitalista. Parece que nessas horas nossos excêntricos marxistas esquecem a ideologia e se deixam tentar pelo ouro...

Enquanto dormimos, eles assaltam as mentes infantis

Mesmo com o fracasso estrepitoso dos regimes socialistas patenteando-se aos olhos do mundo, há gente em nosso País que continua aferrada a tais idéias!

"Bem –– diria alguém –– deixe que continuem a sonhar. Se querem ser esquisitos, que sejam". Ora, a questão é outra: eles não se contentam em sonhar sozinhos. Infestando não só o setor de livros didáticos, mas todos os escalões da educação no Brasil, trabalham sorrateiramente a fim de arrastar para seus descaminhos nossas crianças e nossos jovens, ou seja, o Brasil de amanhã.

Tranqüilizamo-nos pensando que o problema do perigo comunista foi resolvido? Oh ilusão! Enquanto descansamos, toda uma geração de brasileiros vai sendo doutrinada nas escolas.

Talvez entre os doutrinados estejam seus filhos, amigo leitor.

O professor e os maus livros

Sejam livros de História ou Geografia –– os piores nesse sentido ––, sejam de Filosofia, de Língua Portuguesa e de O.S.P.B. (Organização Social e Política do Brasil), além dos de outras matérias, quase todos correm, em velocidades diferentes, na mesma pista: elogios à luta de classes, críticas unilaterais ao capitalismo, ataques contra a colonização luso-espanhola da América, contra a cultura ocidental e até contra a Igreja Católica. Além de preconceitos em relação à monarquia e à aristocracia, sem faltar as eternas loas à Cuba castrista. A fim de moldar a realidade às suas crenças, certos autores não têm escrúpulos em lançar mão de evidentes falsificações.

O pobre estudante vai sendo assim bombardeado desde a infância até a mocidade, e ao deixar a Universidade está com a mente povoada de mitos, bem longe da vida real.

Para quem se interessar mais pelo assunto, ler o artigo na íntegra em:
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/9357AC6E-3048-313C-2E00F855D22BE485/mes/Outubro1992